Uberlândia
Construções mais rápidas, seguras e limpas. Essa é a consequência da incorporação de novas tecnologias no setor da construção civil. As inovações garantem a redução no tempo construtivo, diminuição de desperdícios de materiais, evita retrabalhos e promete padronizar as atividades.
A parede de concreto é um exemplo de que a tecnologia veio mesmo para agregar. Moldada em in loco é uma novidade que permite acelerar o processo da construção. O artifício consiste na modelagem de paredes através de formas que são preenchidas no próprio canteiro de obras. Ao moldar a parede, já são previstas a tubulação elétrica e hidráulica, caixas de passagem, quadro de energia, entre outros. O uso da tecnologia reduz drasticamente os resíduos da construção.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Sinduscon-TAP), Pedro Spina, as obras que utilizam o recurso são consideradas ecologicamente corretas. “Já vem tudo pronto, por isso não tem desperdício nem geração de resíduo, contribuindo para o meio ambiente”, esclareceu.
Em Uberlândia, o sistema das paredes de concreto já é usado. João Paulo Arantes Castro, engenheiro na Engenharia e Construtora, garante que o uso da tecnologia permite a entrega das obras em prazos cada vez mais curtos. “Esse modelo de negócio é indicado principalmente para obras com grande repetição de unidades. Ele permite um avanço físico mais rápido da obra em relação aos outros métodos, como a alvenaria, além de produzir menos resíduos durante a construção, demonstrando a racionalização do processo,” afirmou.
BIM
Outra tecnologia que está revolucionando a construção civil é o BIM, Modelagem da Informação da Construção, em português. A inovação reúne dados de todas as partes envolvidas no planejamento de uma construção com informações detalhadas. Os resultados são planejamentos mais precisos, que possibilitam a identificação de erros antes mesmo da execução.
De acordo com Ricardo Cardeal, coordenador de conteúdo da Autodesk University Brasil, o uso da ferramenta gera uma economia de tempo e dinheiro. “É muito comum descobrir centenas de conflitos no canteiro de obras. Isso gera perda de dinheiro e de tempo, ou seja, é uma redução dos lucros estimados no início do processo”, alertou o especialista. Cardeal afirma que com a adoção da metodologia BIM essas inconsistências poderiam ser identificadas e corrigidas antes da aplicação.
Essas tecnologias surgiram para aumentar a produtividade do setor. De acordo com Ricardo Cardeal, a adoção da metodologia BIM é inevitável. “Costumo dizer que não é uma questão de ‘sim’ ou ‘não’, mas de ‘quando’. Já existem várias licitações públicas que demandam projetos em BIM, e cada vez mais essas licitações irão exigir certificação técnica comprovada. As mudanças sofridas pela economia brasileira reforçam cada vez mais a ideia de fazer mais com menos”, justificou o especialista.