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13/03/2017 às 08h28min - Atualizada em 13/03/2017 às 08h28min

Gilmar contesta números do Ipremu

EX-PREFEITO DISSE QUE ASSUMIU INSTITUTO COM DÉFICIT ATUARIAL DE R$ 1,2 BI, DIFERENTE DO QUE DISSE ODELMO

VINÍCIUS ROMARIO
Gilmar Machado disse que investimentos tiveram aprovação do Banco Central

O ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, convocou uma coletiva de impressa ontem para responder alegações feitas pelo prefeito Odelmo Leão, na última segunda-feira (6), de que a administração passada teria feito má gestão do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Uberlândia (Ipremu). O ex-diretor do Instituto, Marcos Américo Botelho, também participou da coletiva.

De acordo com eles, diferente do que foi dito por Odelmo Leão na coletiva de segunda-feira, o Ipremu não está quebrado e não foi mal gerido. Afirmaram também que assumiram o Instituto em 2013 com déficit atuarial de R$ 1,2 bilhão, diferente dos R$ 897 milhões apresentados por Odelmo na coletiva.

“Temos aqui o levantamento feito por uma empresa contratada ainda na última gestão de Odelmo Leão. Os R$ 897 milhões de déficit são referentes ao ano de 2011, e não ao de 2012 que foi o ano em que deixaram o Executivo”, disse Marcos.

Sobre os investimentos feitos pelo Ipremu durante a gestão de Gilmar Machado, Odelmo Leão tinha afirmado que R$ 340 milhões de um total de cerca de R$ 600 milhões foram feitos em fundos de risco. “Não existe essa questão de fundos de risco, todos os investimentos tinham a aprovação do Banco Central”, afirmou Gilmar Machado.

Na coletiva de segunda-feira, Odelmo Leão também afirmou que alguns fundos com investimentos do Ipremu quebraram e um deles estaria sendo investigado na operação Lava Jato. “Realmente alguns investimentos não trouxeram resultado, mas a maioria sim. Ele apresentou só o que teve prejuízo, mas não mostrou que ao longo dos quatro anos, nossos investimentos renderam R$ 80 milhões. Sobre a investigação da Polícia Federal, não temos conhecimento disso e ele terá que nos provar”, ressaltou Gilmar.

Segundo Odelmo Leão, o déficit atuarial do Ipremu está hoje em R$ 2,2 bilhões. “De 2009 a 2012, durante a gestão do Odelmo, a dívida aumentou 95%. Na minha gestão, mesmo governando com crises, a dívida cresceu 60%. Fizemos o melhor que poderíamos fazer”, disse Gilmar.

 

AÇÃO CRIMINAL

 

A atual administração ingressou com uma ação criminal de apropriação indébita contra o ex-prefeito Gilmar Machado e o ex-secretário de Finanças, Carlos Diniz. A ação diz respeito a um valor de R$ 14 milhões recolhidos dos servidores nos últimos meses de 2016 e que deveriam ter sido repassados ao Ipremu. “Realmente já estou respondendo essa ação e terei que encaminhar alguns documentos ao Ministério Público Estadual nos próximos dias. No momento eu estava gerindo meu governo e precisava de dinheiro em outras áreas como saúde e educação. Fui gestor em um momento muito complicado e estou tranquilo e disposto a responder todos os questionamentos”, finalizou Gilmar Machado.

 

RESPOSTA PREFEITURA

 

Por meio de nota, a Prefeitura Uberlândia disse que todas as informações detalhadas e irregularidades apontadas pela auditoria sobre a grave situação do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Uberlândia (Ipremu) foram devidamente documentadas e encaminhadas para apreciação da Justiça, por meio do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça Federal.


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