Um professor e um aluno da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) passaram por momentos de tensão na noite de quarta-feira, quando dois assaltantes invadiram uma sala no Bloco 3Q no Campus Santa Mônica e levaram alguns objetos pessoais. De acordo com a Polícia Militar (PM), os suspeitos disseram que estavam armados e obrigaram as vítimas a se deitarem no chão. Os dois homens usavam capacete e por isso não foram reconhecidos. Eles fugiram levando carteira, celular e notebook das vítimas.
Casos como esse têm passado um clima de insegurança para alunos, professores e funcionários da UFU. Segundo a assessoria de comunicação da Universidade, nesse ano, houve um assalto à mão armada nos campi, três furtos de patrimônio e 13 furtos ou perda de bens pessoais no local. “Têm os vigilantes, mas eles são agentes patrimoniais e isso não é o necessário para coibir práticas criminosas no local”, afirmou Márcio Ribeiro, estudante de Direito.
Segundo o técnico administrativo Pedro Gustavo Silva Ribeiro, a instalação e funcionamento de câmeras de vigilância ajudariam a afastar criminosos da universidade. Outro ponto defendido por ele e rejeitado pela maioria dos alunos que conversou com a reportagem do Diário do Comércio, seria uma participação mais ostensiva da PM nos campi da UFU.
“Me sinto insegura aqui, principalmente à noite. Mas, sabemos também que é complicado por ser um local público e muito grande. É como se fosse um bairro. Mas acho que a polícia, aqui dentro, iria tirar a liberdade dos alunos. Acho que seria uma atitude repressiva”, afirmou a estudante de Ciências Sociais, Sofia Klinke.
O professor de Geografia Sílvio Carlos Rodrigues também disse ser a favor da PM na Universidade. “É de longa data essa preocupação, já que é um espaço público e a entrada de qualquer pessoa é liberada. Sendo assim, como entram pessoas de bem, também entram criminosos, como os traficantes. A PM patrulhando as vias ajudaria a coibir isso”, disse Rodrigues.
A reportagem do Diário do Comércio entrou em contato com a assessoria de comunicação da UFU, que afirmou que os responsáveis pelo Campus não iriam dar entrevista no momento. Por meio de nota, a assessoria afirmou que “a universidade está desenvolvendo três ações: PM para a realização de rondas diárias nos três turnos; aumento do número de vigilantes e finalização do processo de licitação de câmeras de vigilância.”
Polícia Militar
Segundo o major Miller Michalick, a PM já faz patrulhamento diário pelos campi da UFU, mas, que, reuniões vêm sendo feitas para firmar uma parceria. “Temos debatido essa questão, mas falta acertar qual será efetivamente a nossa participação e qual seria a contrapartida da universidade”, afirmou Michalick.
De acordo com o delegado chefe da Polícia Federal (PF) na cidade, Carlos D’ângelo, a PF só pode agir na UFU em casos de crimes contra danos a bens da universidade, serviços ou servidores. “Crimes contra particular é competência da PM ou da Polícia Civil”, disse D’ângelo.