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24/02/2017 às 08h49min - Atualizada em 24/02/2017 às 08h49min

Cemig faz inspeções “antigatos”

45 EQUIPAMENTOS COM SUSPEITA DE IRREGULARIDADE FORAM RECOLHIDOS EM CASAS DE CINCO BAIRROS DA CIDADE

Walace Torres - editor
Inspeções acontecem em imóveis onde foram constatadas variações no consumo de energia

Um mutirão de inspeções feito pela Cemig nos bairros Santa Mônica, Segismundo Pereira, Saraiva, Carajás e Pampulha, em Uberlândia, na quarta-feira, resultou na retirada de 45 medidores de energia suspeitos de irregularidades. Os equipamentos foram encaminhados para perícia técnica no laboratório da empresa, em Belo Horizonte, e o resultado deve sair dentro de 30 dias. Caso seja comprovada a prática de fraude nos equipamentos, os chamados “gatos”, os consumidores infratores poderão responder a processo criminal, pagamento de multa e pena de um a oito anos de reclusão, além do ressarcimento do valor equivalente a energia não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.

A ação continua nos próximos dias e deverá alcançar mais 700 consumidores por toda a cidade.  Essas inspeções têm como foco os consumidores regulares em que foram registradas variações fora do normal no consumo de energia. Além dos equipamentos levados para perícia, a Cemig efetuou 22 cortes de energia devido ao atraso no pagamento das faturas. Quando é encontrada uma ligação clandestina, a energia é desligada.

Os medidores retirados para perícia foram substituídos por novos equipamentos.

Os proprietários das unidades consumidoras onde os equipamentos são periciados podem acompanhar os trabalhos das equipes. Antes das inspeções, os proprietários são comunicados sobre o local, a data e o horário da perícia.

Segundo o gerente de Gestão e Controle da Medição, das Perdas Comerciais e da Adimplência da Distribuição da Cemig, Marco Antônio de Almeida, a concessionária tem um prejuízo anual de R$ 300 milhões em todo o Estado com ligações irregulares e clandestinas. “Além de preservar a segurança da população e coibir esse tipo de crime, a diminuição das perdas decorrentes das ligações irregulares reflete diretamente na tarifa, pois a energia furtada é considerada na composição da tarifa”, afirma.

Ainda segundo o gerente da Cemig, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% menor se não houvesse ligações irregulares e clandestinas. “O prejuízo é rateado com todos os consumidores adimplentes, encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de

maneira honesta”, esclarece.

A questão do prejuízo não é a única preocupação, segundo aponta o gerente. “Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pela sobrecarga gerada pelo consumo irregular”. A concessionária tem registros de várias ocorrências de rompimento de fios e queima de

transformadores devido a essa prática criminosa.

 

TRIÂNGULO

Em dois anos, foram 5,4 mil ligações regularizadas

 

Nos anos últimos dois anos, a Companhia Energética de Minas Gerais regularizou 5,4 mil ligações irregulares no Triângulo Mineiro. De acordo com Marco Antônio de Almeida, a Cemig tem uma política rotineira de fiscalização dos equipamentos de todos os consumidores, nos

diversos seguimentos e classes de consumo.

Outra ação adotada pela Companhia diz respeito à utilização de softwares de inteligência para seleção de alvos e o monitoramento à distância do consumo de grandes clientes. Por meio do Centro Integrado de Medição (CIM), é possível identificar instantaneamente qualquer anomalia no padrão de consumo de energia desses grandes clientes – aproximadamente

13 mil, que representam cerca de 45% do faturamento da Cemig – e enviar

equipes de campo para regularização das fraudes.

Com investimentos de cerca de R$ 12 milhões, o CIM conta com uma sala de

operação projetada para funcionar com 26 postos de trabalho, sendo 12 destinados às atividades de monitoramento dos sistemas de medição e nove para seleção de alvos de inspeção.


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