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08/02/2017 às 10h43min - Atualizada em 08/02/2017 às 10h43min

Servidores afirmam que situação está “insustentável”

Eles reivindicam o pagamento do salário de dezembro que ainda não foi pago

ADREANA OLIVEIRA E WALACE TORRES | EDITORES
DA REDAÇÃO
Servidores se concentraram na área ao redor da Câmara de Vereadores

O dia de ontem começou agitado em frente à Câmara de Vereadores e ao Centro Administrativo de Uberlândia. Servidores da Educação, que iniciariam o ano letivo ontem, fizeram um protesto para reivindicar o pagamento do salário referente ao mês de dezembro. Servidores de outras áreas da Prefeitura também aderiram ao protesto. Para eles, a situação chegou a um ponto insustentável.

Ricardo Leonardo da Silva Vasconcelos leciona para 6º e 9º anos do Ensino fundamental II, é efetivo na Prefeitura desde 2012,  já passou também pela rede estadual e particular de ensino e afirma não ter visto uma situação lamentável quanto esta. “Estamos reivindicando o salário de dezembro porque esse discurso que ‘devo não nego, pago quando puder’ não cabe mais. Nós estamos com contas atrasadas, tem colegas nossos que estão passando necessidade, sem o recurso para comprar passagem de ônibus para vir aqui protestar e muito menos para ir trabalhar. Colegas contratados que estão há 2 meses sem receber. A situação está precária”, disse.

Para o Vasconcelos, o pior na situação é a falta de um retorno do poder público municipal, que não estipula uma data para os pagamentos. “Nossas contas têm data, nosso serviço na escola tem data e nosso pagamento também tem que ter”, desabafa.

Com a voz embargada a educadora infantil Eliana Aparecida Silva Ferreira fala da situação delicada que passa em casa e também se solidariza com outros colegas. “Hoje [ontem] eu fui para a escola e não tenho vontade de voltar. Que motivação eu tenho? Eu e meu marido somos funcionários públicos e estamos sem salário, não sei como pagaremos os juros dos cartões de crédito. Tem colegas nossos que estão passando fome. Essa situação está insustentável”, lamenta.

Vislene Barbosa Vieira Morais trabalha na área de serviços gerais. É mãe de dois meninos de 12 e 2 anos. O mais novo não teve aula ontem e participou do protesto junto com a mãe. “Desde junho a gente está com problemas, mas pelo menos recebia parcelado. Mas ficar mais de um mês sem receber é inédito. É muito complicado pra gente e com o filho pequeno em casa fica mais difícil trabalhar. Sem contar que nossas contas seguem rolando juros sobre juros e quando recebermos já o salário ele já não vale mais nada. Se a gente atrasar talão de água e energia vão lá e cortam, não querem nem saber”, reclama.

Reunião

Ainda na manhã de ontem o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, atendeu uma comissão de servidores municipais e de vereadores para dialogar sobre a situação financeira do Município. Na ocasião, ele esclareceu que a arrecadação em janeiro não é suficiente para haver o acerto de até três folhas de pagamento concomitantes – dezembro, 13º e janeiro. Ele também reiterou o total empenho em buscar soluções financeiras para o pagamento dos salários de dezembro, que não foi feito pela gestão anterior.

A imprensa não teve acesso à reunião. Em nota, a Prefeitura informou que durante a reunião, o prefeito reforçou a busca incessante de soluções para equacionar as pendências geradas pelo déficit financeiro nas contas públicas para o início do exercício fiscal de 2017. Com 38 dias à frente do governo, o prefeito pediu compreensão aos servidores e um prazo maior para encontrar uma resolução definitiva para a situação de insolvência deixada pelo governo anterior e que afeta o fluxo de pagamento dos salários.


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