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07/02/2017 às 08h32min - Atualizada em 07/02/2017 às 08h32min

Hospitais estão com 317 leitos desativados

Hospital Municipal estÁ com 45 leitos fechados, sendo 35 de enfermaria e 10 de UTI

Walace Torres - Editor
Leitos estão desativados no Hospital Municipal desde 2016

 

     A falta de leitos hospitalares em Uberlândia é um problema que tem se acentuado nos últimos dois anos e chegou a um dos índices mais alarmantes. Hoje, a rede hospitalar trabalha com uma redução de 317 leitos de internação e de UTI, que estão desativados por falta de recursos, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Desse total, 152 são do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), outros 45 do Hospital Municipal e 120 leitos do Hospital Santa Catarina, que passa por um processo de intervenção judicial.

No caso do HC, o número oscila de acordo com a entrada de pacientes via Pronto-Socorro. Ontem, por exemplo, havia 136 leitos desativados de acordo com a assessoria de comunicação do hospital. Já no Hospital Municipal, 35 leitos desativados desde o ano passado são de enfermaria e outros 10 de UTI.
No caso do Hospital Santa Catarina a situação preocupa porque os leitos eram credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atender a alta complexidade, com a realização de cirurgias cardíacas e também transplantes renais. “O transplante foi para Uberaba e no caso da cirurgia cardíaca, corre o risco de perder o credenciamento e ir para outra cidade. Desde abril [de 2016] não é realizada cirurgia no Santa Catarina”, disse o secretário de Saúde, Gladstone Rodrigues, em entrevista coletiva ontem, ao abordar o assunto após o lançamento de uma campanha de mobilização contra a dengue em Uberlândia (veja mais nesta página). 
A falta de leitos de internação agravou a situação de outro problema que tem sido uma constante em Uberlândia, a superlotação das Unidades de Atendimento Integrado (UAIs). O número de pacientes internados nas oito unidades está acima do dobro da capacidade de atendimento. Ao todo são 168 leitos nas unidades públicas mas o verificado no dia 2 de fevereiro deste ano apontou 340 pacientes internados. Algumas unidades estão com quase o triplo da capacidade. É o caso da UAI Pampulha, que tem capacidade instalada de 18 leitos e estava até a data de 2/2 com 50 pacientes internados.
O resultado são pacientes internados em leitos improvisados nos corredores. “Temos cadeiras de rodas e macas servindo de leitos”, disse o secretário, citando que a demanda no Hospital Madrecor incluía os funcionários da rede estadual e seus dependentes, e também foi parar na rede pública municipal. Somente em Uberlândia são cerca de 15 mil pessoas que dependiam do convênio entre o Ipsemg e o Madrecor, que foi finalizado ano passado.
De acordo com o secretário de Saúde, não há uma previsão para que os 45 leitos do Hospital Municipal voltem a funcionar. “Só para equipamentos [ que precisam de manutenção], são necessários R$ 4,6 milhões. A intenção é reabrir tão logo tenhamos condições financeiras”, disse.
Durante evento na Prefeitura, o prefeito Odelmo Leão chegou a pedir a ajuda dos empresários e de outros setores de Uberlândia na recuperação da área da saúde. “Estamos pensando até em pedir aos hospitais particulares para utilizarmos o turno da noite e fazer os procedimentos que estão parados nas UAIs”, disse o prefeito. 
Estudos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde apontam que Uberlândia tem uma carência de 750 leitos.

Campanha mobiliza sociedade para combater a dengue

     Com 162 casos notificados de dengue em Uberlândia somente este ano e outros 13 confirmados, a Prefeitura Municipal lançou ontem uma campanha de mobilização no combate ao mosquito Aedes aegypti, que é o mesmo transmissor da febre amarela, chikungunya e zika vírus. Representantes de órgãos de imprensa, entidades de classe e de igrejas da cidade foram chamados para ajudar nas ações de prevenção, que vão desde orientações aos funcionários, colaboradores e grupos de pessoas até a limpeza dos ambientes que podem servir de criadouros para o mosquito.
Ano passado foram mais de 9,4 mil casos confirmados de dengue na cidade, duas pessoas morreram. Houve ainda a confirmação pela Vigilância Epidemiológica de 75 casos de zika vírus e cinco de chikungunya.
Este ano há sete notificações para chikungunya e outras cinco para zika. “Ainda é um número baixo, de controle, por isso precisamos de ter parcerias e envolver a sociedade para não termos um número maior de casos em março”, diz o coordenador do Programa Municipal de Controle de Dengue, José Humberto Arruda. Segundo aponta, o programa tem atuado com um número reduzido de pessoal em relação a 2012 e ainda com parte da frota sucateada – dos 50 veículos destinados ao combate do mosquito, 15 estão parados por falta de manutenção. “Em razão do quadro reduzido, a gente vem acompanhando os casos suspeitos, fazendo parcerias e retirando o máximo de material dos bairros, além de fazer o bloqueio para tirar aqueles mosquitos que já levam o vírus”, diz.
Desde janeiro, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses já visitaram mais de 14 mil imóveis, além de 650 pontos estratégicos, 775 terrenos baldios e 97 imóveis fechados das imobiliárias. Mais de 30 mil pneus usados foram encaminhados para incineração numa empresa especializada em Belo Horizonte. Os agentes ainda fizeram 2.670 bloqueios em regiões com casos suspeitos. Os bairros com maior incidência de notificações de dengue em janeiro são Jardim Brasília (22), São Jorge (13), Jardim das Palmeiras (10), Laranjeiras (7) e Luizote de Freitas (7).


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