O assassinato de Bruno Pereira e Don Phillips foi mais um crime cometido pelos setores que desejam explorar a Amazônia, independente de produzir o extermínio da Flora e da Fauna, juntamente com seus povos originários e tradicionais.
Os seres humanos e a manutenção da sustentabilidade socioambiental não têm importância para esses setores corporativos. O pior é que encontram respaldo em setores governamentais no executivo, no legislativo e no judiciário.
BRUNO E DOM eram amados pelos povos esparramados e não concentrados da Amazônia, especialmente na bacia do rio Jamari. Tinham o compromisso de ajudá-los a se manter vivos, conforme suas escolhas de vida. Afinal, para que os exploradores dos componentes da natureza querem destruir toda essa história ?
Triste realidade que tem sido firmada na história do Brasil.
Sob o argumento de que as pessoas precisam viver e ter práticas econômicas, essas corporações buscam envolver e argumentar que querem o desenvolvimento da Amazônia. Em verdade querem mesmo é se enriquecer custe o que custar. Em outras palavras, para concentrar cada vez mais a riqueza, essas corporações usam todos os meios de exploração e enganam as populações.
Mas, a história está mostrando que, a verdade dessas corporações é que seus meios violentos, destrutivos justificam os fins de suas buscas pela continuidade da concentração das riquezas produzidas pelo trabalho humano e pelos componentes da natureza.
Ressalte-se que os componentes da Natureza não são Recursos Naturais, como argumentam tais corporações. Muito mais do que isso, são bens que pertencem à natureza e portanto, a todas as pessoas. Temos que garantir sua democratização no uso e transferência de riquezas. Mas, acima de tudo, exercer nosso direito de protegê-los contra as depredações criminosas.
Esse foi o trabalho do Bruno e Dom...
Se no começo dificultaram e reduziram as apurações sobre os crimes que levaram ao assassinato dessas duas importantes figuras históricas da Amazônia, mas, aos poucos alguns achados e pontos vão se esclarecendo.
As prisões até agora efetuadas demonstram que o autor que desejava criminalizar não atuou sozinho. Atuou sim com premeditação. Houve um planejamento circunstanciado. Agora já se tem pelo menos a prisão de cinco envolvidos. E, ficam nítidas as pistas de que houve um esquema com lideranças de chefes de quadrilhas.
A localização do barco mostrará nitidamente que o planejamento foi estratégico, composto por gente capaz de gastar dinheiro e “fechar a boca” de Bruno e Dom. Ao contrário, criaram duas figuras históricas que serão valorizadas mundialmente. Pontas de lança da luta pela Amazônica incluindo seus povos.
O Mundo está perplexo com a falta de seriedade do atual governo brasileiro para as apurações dos fatos e pela demora demonstrada nas providências que seriam necessárias. Esse é o Brasil para o qual se planejou em reunião no Gabinete Presidencial, as providências para que o crime passe por “baciadas”, para que a “boiada” ultrapasse os limites legais, conforme expressão do ex-ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente.
Pobre Brasil colocado nessas mãos armadas e não amadas.
Pobre Brasil que se submete às aventuras de golpistas, entreguistas que não se preocupam e não se dedicam à preservação da Soberania Nacional.
É muito possível que os crimes praticados contra Bruno e Dom, em verdade contra a Soberania Nacional, estejam sobejamente integrados e articulados com forças imperialistas mundiais.
E é por esses motivos que se pode comemorar a virada que está acontecendo na América Latina. A cada período que passa acontecem as viradas históricas contra o neofascismo que imperou nestas terras. Neste final de Semana, a Colômbia se juntou às forças progressistas da América. A eleição de Petro é mais uma demonstração de que a população subjugada, de explorados, de subalternizados está reagindo com força. Já não é possível que o capital estrangeiro submeta às populações, sem que haja um levante popular.
A Colômbia, não apenas elegeu um Presidente da República de esquerda, mas elegeu uma Vice-Presidente chamada Francia Márquez, negra, ex-empregada doméstica, advogada, consciente de seu papel social.
Assim é que “o povo unido jamais será vencido”.