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12/05/2022 às 08h00min - Atualizada em 12/05/2022 às 08h00min

Lula e Alckmin na disputa presidencial

CLÁUDIO DI MAURO
No dia 07 de maio, sábado, foi lançada a campanha presidencial, tendo como candidatos o ex-presidente Luiz Inácio, Lula da Silva, e como seu vice o ex Governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Chapa muito forte com excelentes chances de se consolidar para vencer o pleito no I turno das eleições. É o que se nota nestes momentos da disputa pelo Palácio do Planalto.

A possibilidade de articulação e união de Lula com Alckmin foi durante muito tempo questionada se de fato conseguiria sucesso. Por fim, aí estão os fatos, a união foi lançada e a campanha está ganhando as ruas.

Lula e Alckmin foram adversários em diversas eleições, inclusive na eleição presidencial em que ambos disputaram. Lula venceu, mas a disputa foi muito aguerrida e com acusações mútuas. Não há dúvidas que aquela disputa, mesmo radicalizada, teve limites éticos.

Alckmin era conhecido como “picolé de chuchu”, entendido como um governante insipiente, sem sabor, sem gosto. Agora assume essa identificação e propõe um prato bem temperado, salgado e quente chamado “Lula com chuchu”. Considera que no ano de 2022 esse prato estará nos cardápios dos diversos restaurantes, com sabor bem agradável.

Mas, o que interessa mesmo é o conteúdo dessa articulação que resultou na chapa que era tida como impossível de se firmar.

Em seu discurso na cerimônia de lançamento da campanha, Alckmin assumiu e jurou lealdade e que será absolutamente fiel a Lula. Isso é algo importante para dar uma certa estabilidade e confiança, principalmente para a estabilidade política no Brasil. Nesse aspecto o ex-vice-governador se mostrou bastante confiável em relação ao seu companheiro e Governador Mário Covas. Nunca destoou. Se essa experiência for válida, Alckmin se consolidará, no referido aspecto, como excelente vice para Lula.

Para Alckmin, nem as eventuais discordâncias de ontem ou de amanhã, serão suficientes para deixar de valorizar a importância de Lula como Presidente da República. Isso, segundo ele, é a garantia na defesa da democracia. Ressalta a promessa de oferecer e prometer ao Brasil um governo efetivamente democrático, com investimentos em educação, pesquisa, tecnologia, informação e profissionalização, com valorização da segurança alimentar e da biodiversidade, com fortalecimento do Brasil no quadro internacional. Isso certamente explicita a valorização do Mercosul e dos BRICS, amplamente defendidos por Lula.

Lula é hoje a esperança para o Brasil e para o futuro dos brasileiros que perderam suas rendas e seus ganhos salariais. Segundo Alckmin, com Lula haverá políticas para gerar liberdade, justiça e igualdade, emprego e salário, trabalho e renda. 

Não se espera um governo socialista formado por Lula-Alckmin. Mas espera-se que haja espaços para que os Movimentos Populares se organizem, avancem em suas lutas revolucionárias. Para que haja transformações efetivas promovidas pelos Movimentos Populares no campo e nas cidades.

Em seu discurso, Lula defendeu o Brasil como um país Soberano, ou seja, “restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro”. Para isso há necessidade de defender nossas fronteiras terrestres e marítimas. Mas, também defender nossas riquezas minerais, nossas florestas, nossas biodiversidades, nossos rios e mares, sob uma democracia plena. Para Lula não haverá soberania sem a defesa da alimentação de qualidade, o emprego e o trabalho com direitos trabalhistas, saúde e educação. Mas não é possível manter uma situação em que cerca de 116 milhões de pessoas vivam sem se alimentar dignamente. Cerca de 77% dos brasileiros estão endividados, e pior, estão endividados para comprar alimentos.

Isso tudo implica em defender nossa soberania energética, nisso inclui Petrobrás e Eletrobrás. Implica também em defender nossos bancos públicos, para apoiar a agricultura familiar e os pequenos e médios agricultores, verdadeiros produtores de alimentos que estão em nossas mesas. 

Soberania significa defender nossas Universidades e o apoio à ciência e tecnologia sob ataque pelos governos recentes.

Enfim, Lula argumenta que será necessário enfrentar o desafio de promover a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável. Aprender com os indígenas e garantir a posse para seus territórios, respeitar os quilombolas, os povos de terreiros, os ribeirinhos.

Por todos e outros motivos levantados, para Lula é necessário ganhar as eleições. Mas será indispensável criar as condições para governar. Esse é o caráter da união pactuada com Alckmin e com a união partidária formada sob liderança do PT, mas composta por PCdoB, PV, PSB, PSOL Rede e Solidariedade. No entender de Lula será indispensável que essa frente progressista eleja Deputados Federais, Senadores, Governadores e Deputados Estaduais que garantam o apoio necessário para a Reconstrução e Transformação do Brasil. Trata-se de uma luta diuturna para construção da Soberania Nacional o que inclui a Soberania Popular, Soberania Econômica, Soberania Ambiental e Soberania Energética que tratamos no Seminário: PARA A TRANSFORMAÇÃO DO BRASIL.

Há muito trabalho para se fazer, objetivando a Transformação do Brasil para atender os direitos de nossa população.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.





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