Foto: Pexels William H. McRaven, ex-almirante marinha SEAL e autor do livro, Arrume sua cama: pequenas coisas que podem mudar sua vida... e talvez o mundo, ficou conhecido após o vídeo do seu discurso realizado em 17 de maio de 2014 direcionado à turma de formandos da Universidade do Texas em Austin.
Ele usou o slogan da universidade, "O que começa aqui muda o mundo", para fundamentar o seu discurso e compartilhar alguns princípios aprendidos durante o treinamento quando esteve na Marinha. Foram ensinamentos que o ajudaram a superar desafios em sua formação na carreira Naval e, também, ao longo de sua vida. Em seu livro ele explica como podemos adotar comportamentos básicos para mudarmos a nós mesmos - e o mundo - para melhor.
Um dos pontos altos daquele discurso foi a reflexão sobre como arrumar a cama pode ser um feito grandioso para moldarmos o nosso caráter.
Arrumar a cama é a primeira tarefa do dia que denota ordem. Quando cumprimos essa tarefa com excelência, um sentimento mínimo de força e organização aparece em nosso interior. E são esses movimentos, ainda que pequenos, no início do nosso dia que vão nos impulsionar a realizarmos outras tarefas. E, no fim do dia, eles estarão mais aparentes em nossas ações.
Começar a ordenar o dia a partir do pequeno ato de arrumar a cama é um reforço de que as pequenas coisas da vida são tão, ou mais, importantes quanto as grandes.
Se negligenciamos as coisas pequenas, não estaremos aptos para realizarmos as grandes.
Quando saímos de casa e nos deparamos com um mundo caótico e desordenado, se deixamos a casa organizada, poderemos descansar a alma por sabermos que, ao retornarmos, encontraremos a ordem! Ter um lugar para voltar, onde tudo está em plena harmonia, nos preenche de esperança e nos encoraja a acreditar que o dia seguinte será melhor.
Jordan Peterson, psicólogo clínico canadense(PhD), professor de psicologia da Universidade de Toronto, é autor do livro “12 regras para a vida”. A regra número 6 se intitula como “Deixe a sua casa em perfeita ordem antes de criticar o mundo”.
É incrível como nos dispersamos por falta de disciplina e por auto-sabotagem. Muitas vezes, perdemos o foco ou não conseguimos compreender as limitações das nossas circunstâncias, dessa forma, tentamos abraçar o mundo e fazer mais do que conseguimos.
Devemos começar com pouco. Devemos levar paz, primeiro para a nossa casa, antes de ousarmos querer difundir a paz ao mundo.
As redes sociais dão espaço para que vozes e opiniões de milhares de pessoas tenham importância e sejam validadas. Esse reforço, faz com que as pessoas se sintam aptas ou na obrigação de se posicionarem para defender suas ideias e lutarem por um mundo melhor.
Porém, se eu me sento em uma cadeira no meu quarto, e me disponho a debater por detrás da tela do computador sobre política, cultura e paz mundial, mas, atrás de mim tenho uma cama completamente desfeita e um quarto desorganizado, que propriedade eu tenho para falar sobre caos e ordem? Minha opinião não tem valor e eu, de fato, não tenho nada a dizer que seja relevante.
Tenho refletido bastante sobre o caos durante esses dias. Pensado sobre a guerra e o futuro de todos nós. Sim, o mundo está em guerra, o amor da humanidade tem se esfriado a cada dia, o caos e a desordem parecem tomar proporções gigantescas, principalmente, através das lentes dos jornais e redes sociais.
Seria soberba da minha parte querer palpitar sobre o rumo que as coisas estão tomando fora da minha casa, se vejo que ainda existem focos caóticos a serem organizados dentro de mim, que preciso colocar em ordem sentimentos e relações familiares do meu entorno, que preciso dominar a constância do cumprimento de uma rotina de oração, de serviço, de estudos e tarefas domiciliares.
Antes de tentar arrumar o mundo, tente arrumar a sua própria cama.
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