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13/11/2021 às 08h00min - Atualizada em 13/11/2021 às 08h00min

Chega de máscaras?!

JOÃO LUCAS O'CONNELL

A curva de disseminação do novo coronavírus no Brasil tem se comportado de maneira diferente no mundo. O comportamento da pandemia, observado por aqui, foi diferente de outros países e regiões do mundo.  Sofremos razoavelmente com a primeira onda da doença, em 2020, mas, sem sombra de dúvidas, foi com o surgimento da variante P1 (aquela de Manaus) que passamos por maus bocados, durante o primeiro semestre deste ano...  Foi durante a segunda onda de disseminação da doença, vista no primeiro semestre deste ano no Brasil, que tivemos maior número de internações pela doença, hospitais e UTIs lotadas, muitas e muitas perdas de vidas. 

 

Mas, para a nossa sorte, a campanha de vacinação no Brasil avançou de uma maneira muito positiva ao longo dos últimos meses. Milhões e milhões de brasileiros foram vacinados nos últimos 6 meses. Mais da metade da população já recebeu a imunização completa com uma das vacinas. Cerca de 10% já tomaram, inclusive, uma dose de reforço, com uma vacina diferente da primeira (o que aumenta em muito o poder da imunização). 

 

Sabemos que, para a grande maioria das pessoas, há duas formas de se garantir imunidade contra a COVID: adquirindo a doença (que garante uma boa imunidade em mais de 90% das vezes) ou tomando uma vacina (que também garante imunização para mais de 80% dos vacinados). Infelizmente, algumas poucas pessoas, mesmo já tendo adquirido a doença ou tomando a vacina, continuarão em risco de, ao entrarem em contato com o vírus, desenvolverem uma doença grave. Mas, isto vai ser muito raro. Assim, se não surgir uma nova cepa do vírus, capaz de driblar o poder imunizante das vacinas atuais, estaremos seguros!

 

A curva de disseminação da COVID na nossa cidade vem caindo consecutivamente ao longo dos últimos meses. Nossa população adulta já foi, em sua maioria, completamente imunizada. A população entre 15 a 18 anos já foi imunizada ao menos com a primeira dose de uma boa vacina. Temos tido uma média de menos de 20 casos suspeitos por dia. A maioria não se confirma. Temos menos de 50 pacientes internados por COVID nos nossos hospitais. A maioria, pacientes que adquiriram a doença já há algumas semanas…

 

Sabemos a importância que o distanciamento social, a higienização constante das mãos e o uso de máscaras de boa qualidade teve no controle da disseminação, ainda maior, da COVID entre nós. Foi uma pena a onda não científica que surgiu contra a necessidade destas medidas. Se não tivéssemos tido tantos políticos e pessoas contrários à sua necessidade, teríamos tido um número menor de vítimas da doença. 

 

Entretanto, com o bom controle da pandemia em nosso meio nas últimas semanas, algumas discussões têm tomado conta da mídia e das redes sociais. Com este grau de controle da pandemia, com a população em sua maioria imunizada, é justo manter obrigatória a vacinação daqueles que a recusaram num primeiro momento? Precisamos ainda manter o distanciamento social e o uso de máscaras? 

 

Acredito que, com o controle atual da pandemia, principalmente em nossa região, a obrigatoriedade do uso de máscaras (ao menos em locais abertos) já passa a não ser mais uma medida necessária. Mesmo porque, começa a ficar ilógico a liberação do não uso de máscaras em gigantescas praças de alimentação de shoppings e em bares e restaurantes (já frequentados diariamente por milhares de pessoas) e a obrigatoriedade de seu uso para um passeio na praça ou no clube... 

 

Mesmo sabendo da importância do uso das mesmas para o controle da pandemia, o uso das máscaras não deveria mais ser de cobrança obrigatória em espaços abertos. A se manter a diminuição constante do número de novos casos, o seu uso em ambientes fechados não contaminados também, em breve, não mais se justificará. As máscaras deverão ser utilizadas apenas em ambientes de possível contaminação, como em hospitais. Nestes ambientes, em especial em pronto socorros e UTIs, o uso de máscaras passará a ser mais frequente do que era antes da pandemia. Nos demais, voltará a ser um objeto desnecessário. A meu ver, já está na hora disso começar a acontecer! Sem nenhum desmerecimento à importância que elas tiveram para nós ao longo dos últimos 20 meses...


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.




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