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24/08/2021 às 08h00min - Atualizada em 24/08/2021 às 08h00min

Nossa Senhora do Carmo

ANTONIO CARLOS
Divlgação
Quando se construiu a capelinha em torno da qual nasceu Uberlândia, seus oragos eram Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião. E assim permaneceu por muito tempo. De repente, não sei quando, nem por quê, Nossa Senhora do Carmo passou a ser o único orago.
 
Nossa Senhora do Carmo é um título dado à Virgem Maria reverenciando a Ordem dos Carmelitas, veneradores de Maria que se organizaram no monte Carmelo, na Palestina.
 
A Secretaria Municipal de Cultura de Uberlândia divulgou informações sobre a imagem tombada pelo Decreto n. 10775, de 23 de julho de 2.007.         
 
Transcrevo o texto: “A imagem de Nossa Senhora do Carmo é procedente da igreja de Nossa Senhora do Carmo de São Pedro de Uberabinha (Uberlândia) e esteve, desde o final da década de 1940 quando a Matriz de Nossa Senhora do Carmo foi demolida, em Miraporanga, distrito do Município de Uberlândia, na capela de Nossa Senhora do Rosário.”
 
“A história da origem desta imagem nos leva à Espanha pois existe nela uma inscrição que, provavelmente, indica sua procedência. São as marcas: Artes Religiosas/Olot. Olot é uma cidade da Espanha e sua história é marcada pela presença de ateliês de arte especializados em elaboração de imagens de santos e criação de novas técnicas de escultura e moldagem em pasta de madeira, resina e, atualmente, fibra de vidro.”
 
“Não se sabe ao certo quando esta imagem chegou a “Uberabinha”. O ateliê que a desenvolveu foi Las Artes Religiosas, fundado em 1902. Assim, as evidências nos levam a crer que ela tenha chegado aqui nos primeiros anos do século XX.  É uma imagem confeccionada em resina, com técnica de modelagem em pasta de madeira. Apresenta como atributos o hábito carmelita e dois bentinhos segurados por ela e pelo Menino Jesus. Em 2001, a imagem passou por sua primeira intervenção de conservação e restauração que alterou irreversivelmente suas características originais, através de remoção quase total de sua policromia, além da supressão de materiais presentes em sua técnica construtiva, como o tecido que foi encontrado em sua mão direita e em sua base.
 
“Nessa ocasião, constatou-se que se tratava de uma técnica diferente de fabricação de imagens. Desta forma, foram encaminhadas amostras e documentação fotográfica ao Museu da Inconfidência em Ouro Preto, para análise do material que verificou tratar-se de uma técnica que utilizava resina de cartilagem de peixe com breu. Um ano depois, em 2002, foi novamente encaminhada para tratamento de conservação e restauro. Desta vez para o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), em Belo Horizonte. Após o último tratamento, ela foi recolhida ao prédio da Cúria Diocesana de Uberlândia, sob a responsabilidade do Bispo da época, dom José Alberto Moura.”
 
“O tombamento da imagem de Nossa Senhora do Carmo fez dela o primeiro bem móvel não integrado a ser elevado à categoria de patrimônio cultural protegido. Segundo a Secretária Municipal de Cultura, Mônica Debs, o objetivo com o tombamento não é só proteger o bem, mas também tornar público os seus valores, sua história e sua riqueza exemplar; fatos e símbolos importantes no processo de formação de Uberlândia.”
 

Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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