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14/05/2021 às 19h39min - Atualizada em 14/05/2021 às 19h39min

Estamos saudáveis?

TÚLIO MENDHES
Caro leitor, você já reparou que é raro refletirmos sobre o que é ter saúde? Vivemos nossas vidas imaginando que temos saúde pelo simples fato de não estarmos doentes. Pois bem... esse raciocínio  fortalece uma das concepções mais enraizadas e limitadas em nossa “tão sabida e pensadora” sociedade que conclui a veridicidade que saúde é a ausência de doenças. Mas será que é isso mesmo? O que é ser saudável?
 
Bom... Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser definida como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades. Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo tristeza.
 
Com essa afirmação, é importantíssimo considerarmos e termos um olhar mais amplo e crítico sobre vários fatores e vivências que podem afetar ou determinar as condições de nossa saúde, inclusive à saúde de um grupo de pessoas.
 
Trazer essa reflexão sobre o conceito de saúde desencadeia um processo de observação de nossa qualidade de vida diária e também do meio que vivemos. Ao mesmo tempo, possibilita um repensar da forma como nos organizamos e planejamos a inserção das questões de saúde nos mais diferentes espaços, como, por exemplo, no espaço do nosso trabalho, da faculdade, da academia, do estúdio de yoga etc.
 
Os enfoques que se tem do que é saúde norteiam todas as propostas de atenção à saúde desenvolvemos em nossos pensamentos e sentimentos. Aqui entro mais uma vez o que sempre tenho abordado aqui no Diário... nossa saúde mental. Nós humanos somos sociáveis por natureza, então estreitar laços e desenvolver vínculos afetivos é muito importante para mantermos a mente saudável! Nesse período de pandemia, esse é o aspecto tem sido mais prejudicado pelo distanciamento social proposto – imposto.
 
Não à toa, ficar em casa tem sido extremamente estressante e uma “poderosa” fonte de ansiedade para muitas pessoas. Mas existem maneiras de driblar isso! Mais do que nunca, o estar mais próximo de nossas famílias e funcionários como é o meu caso, que convivem em casa pode ser uma excelente fonte de bem-estar e socialização. Esse período mais frequente em casa pode até facilitar nesse sentido, uma vez que os todos estão mais tempo juntos. Mas tão importante quanto o relacionamento com outras pessoas é o relacionamento com nós mesmos.
 
E a nossa saúde mental também está diretamente ligada à satisfação interior. Nesse sentido, o primeiro passo para desenvolver tanto uma boa saúde, autoestima quanto o amor próprio é o autoconhecimento. Pra vivermos o real conceito de saúde devemos conhecer nossas limitações, forças e fraquezas, pois esse hábito ajuda a lidarmos e convivermos com as sensações adversas que nos afetam, por exemplo, o estresse que é uma doença, a depressão que também é outra doença, obesidade ou perda excessiva de peso – outras doenças etc.
 
O amor próprio é a melhor medicação que existe pra vivermos saudáveis, mas precisa ser um exercício diário e constante, que passe pela aceitação e reconciliação com nós mesmos. Afinal, se não conseguimos estar bem com a gente mesmo, com certeza isso impactará em outras áreas da vida e consequentemente em nossa saúde física e mental.
 
Por falar em bem-estar emocional, dedicar-se a algum hobby também é uma maneira de cultivar saúde. Diante de tantos desafios, nossas mentes realmente entram em outra frequência, e em dias de coronavírus isso está acontecendo com todo mundo. Viver em tempos de pandemia tem sido uma desafiadora jornada mental. Por isso, os cuidados que devemos tomar não podem ser somente com o corpo. Vale ficar de olho nas emoções também. Às vezes estamos tão ocupados com nossos compromissos que nos esquecemos de fazer alguma atividade que seja prazerosa e que nos coloque em contato com aquilo que gostamos, o que também ajuda a aliviar toda essa tensão que nos cerca.
 
Enfim... vivemos uma realidade que ninguém esperava viver. E não se trata apenas da adaptação do trabalho, estudo e até o lazer para dentro de casa. Nossa saúde foi a maior prejudicada. Entretanto, só nós mesmos podemos nos manter saudáveis – “dispositivos” pra isso temos de sobra.
 

Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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