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20/02/2021 às 09h00min - Atualizada em 20/02/2021 às 09h00min

Alguém já enxergou você hoje?

DÉBORA OTTONI



Meu nome é Débora Ottoni, tenho 38 anos, casada com o Paulo Junior, mãe da Sarah de 14 anos, e do Arthur de 10. Sou formada em Psicologia e Pedagogia. Neste momento, morando em Belo Horizonte e empacotando caixas de mudança para outro estado.
 
Na semana passada fui carinhosamente apresentada como “A doce Abelha”, pela querida Iara Bernardes, autora da coluna Maternidade No Stress. Ela não poupou carinho ao contar quem sou e como nossa história de amizade nasceu.
 
Quanto amor naquelas palavras! À medida em que “me lia” naquele texto, era inevitável o pensamento: “Como é bom ser descrita e admirada por alguém”. Fui contemplada pela certeza de poder dizer que alguém me conhece para além do que represento na superfície. Mais do que simplesmente ver, a Iara me enxerga!
 
Lembrei de uma conversa que tive com uma pessoa muito especial, um dia antes do meu aniversário em 2018. Na ocasião, ela me descreveu e disse coisas sobre mim que só quem, REALMENTE, me conhece, falaria. E com aquelas palavras, entrei no primeiro dia daquele mês de maio, convicta de que um dos maiores presentes da vida é poder dizer: "ALGUÉM ME ENXERGOU DE VERDADE”!
 
Costumo me apresentar como filha do mundo e dizer que o meu diploma e formação vieram, antes de tudo, da vida. Nascida e criada em BH, tranquei a faculdade de Psicologia com 18 anos e saí da casa dos meus avós, onde fui criada. Depois disso, morei em vários lugares, tive experiências incríveis, conheci pessoas de diferentes crenças e costumes.
 
Morei em um centro missionário para jovens dividindo um quarto, por meses, com 18 meninas, dormindo em beliches. Viajei com um grupo por várias cidades do Nordeste apresentando teatro, dança e palestras nas ruas, praças, escolas e igrejas. Morei em Porto Seguro onde vendia artesanato na praia e estive envolvida em trabalhos na comunidade indígena local.
 
Morei no sertão baiano, em uma casa de adobe de chão de terra batida, onde estocava água e não tinha banheiro. Morei na Inglaterra e, ali, vivenciei experiências únicas! Por algum tempo, finquei raízes em Uberlândia, onde formei uma linda família. Em fevereiro de 2020, viemos para BH e, agora, estamos organizando mais uma mudança! Partiremos no próximo mês para Coroa Vermelha, terra baiana, onde estarei perto do mar e de pessoas queridas que fizeram parte da minha vida.
 
Dentre tantas histórias, já fui muitas Déboras. Já tive cabelos bem longos, bem curtos, cortados na máquina zero, vermelhos, lisos, enrolados, já fui gorda, muito gorda, magra, muito magra, medrosa, corajosa, impulsiva, insegura...
 
Plagiando o sociólogo, Roger Bastide, "eu fui as mil possibilidades de mim e, por vezes, tentei resignar a ser apenas um". O que é impossível, claro! Porém, se tem algo que aprendi com tudo isso, é que esses mil em mim devem ser coerentes e apontar para a VERDADE, pois, existe um grande peso de responsabilidade de quem escolho ser e de quem eu quero ser para o outro.
 
Se quero deixar marcas, que elas sejam visíveis e agradáveis àqueles que cruzam o meu trajeto. Esse é o caminho para deixar de ser apenas visto e passar a ser enxergado! Por este motivo, sempre penso antes sobre as minhas motivações ao agir e escolher algo como, por exemplo, o fato de assumir esta coluna no jornal. 
 
Neste espaço, conseguirei expor para vocês apenas recortes do que sei e do que vivi, mas, ainda assim, serão pedacinhos muito verdadeiros da Débora, pois tenho consciência de que somente uma pessoa que carrega consigo a sinceridade, consegue alcançar e inspirar o outro a ponto de permitir que enxerguem a sua própria alma.
 
Deixo um convite para você: Viva sem medo e coloque seu coração no que faz com responsabilidade e verdade. Dessa forma, as pessoas enxergarão você para além do que os olhos percebem.
 
E aí, alguém já enxergou você hoje?



*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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