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06/01/2021 às 08h00min - Atualizada em 06/01/2021 às 08h00min

Neymar e o futebol

ADRIANO SANTOS

Ele de novo apareceu. Não foi com gols bonitos ou jogadas excepcionais. Foi com uma festa no meio da pandemia, que novamente o colocou como exemplo a não ser seguido.

Ei, mas peraí, o Neymar não pode curtir sua virada de ano? Claro, aliás, não discuto o que Neymar faz fora de campo. É, na maioria das vezes, ruim.

O meme do futebol mundial na última copa foi Neymar no chão, quem teve escândalo com uma garota de programa foi ele, Neymar, quem sonegou milhões ao governo Espanhol foi Neymar. Neymar sempre faz questão de viver sua vida sem pensar na multidão de fãs, crianças e jovens que seguem e copiam o atleta.

Neymar é tecnicamente o maior jogador em atividade no mundo. Na minha opinião completo, porém não consegue ser visto fora de campo pela sua grandeza.

Neymar chegará na sua última Copa do Mundo com quase 30 anos, será o maior nome do Futebol Brasileiro até lá, e será que ele tem noção do impacto que ele tem na vida todos os que sonham ser igual a ele?

O esforçado Cristiano Ronaldo foi eleito o maior jogador do século, prêmio Globe Soccer Awards, talvez a única diferença dentre CR7 e Neymar seja o propósito, cada um nasce e sonha com seu. Acredito que Neymar se perdeu no seu propósito e como é muito bom, não tem dificuldade pra jogar bola. Totalmente diferente daquilo que se faz com propósito. CR7 tem metas, objetivos, sonhos e é obcecado por tudo isso. Isso leva ao autocuidado, preservação e dedicação.

No prêmio Pep Guardiola também foi homenageado, é sempre assim, você não vê histórias de grandes personagens sem a entrega pontual para ser visto e lembrado na história como gigante.

A Ilha e a festa não se importariam com 150 ou 500 ou 20 pessoas, mas o fato de ter modelos, amigos, pulseiras, glamour desnecessário no momento inoportuno sufoca a sua imagem.

Neymar é meu ídolo, nunca vi tamanha capacidade de alterar uma direção e um jogo como ele, mas não dá. Fora de campo ele decepciona gerações. Gerações.

Eu acordava cedo para ver Michael Schumacher na Fórmula 1, e nunca entendia o motivo da chacota que o País fazia com Rubens Barrichelo. É tão difícil chegar em 2°, em 1°, subir no pódio, esse cara sempre estava lá, não tínhamos nenhuma ação negativa que Rubens Barrichello fizesse que o desabonasse.

Essa imagem da cerveja, mulher, dinheiro, criada em torno do jogador causa ainda muito revés em sonhos. Afinal, o futebol não se vive disso, não é isso. Mas sobre ídolos, Neymar poderia ter copiado tanta gente, mas parece que faz ao contrário. Ronaldo e os travestis, Ronaldo Gaúcho e sua prisão, Romário e seu incidentes, Rivaldo ficou apagado na história, afinal, foi sempre mais comedido. Kaka também. É necessário falar dos bons exemplos no futebol para serem referências. Não queremos o goleiro Bruno, como modelo, queremos bons exemplos.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 

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