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24/05/2017 às 18h04min - Atualizada em 24/05/2017 às 18h04min

Caos em meio ao caos

TIAGO PEGON* | COLUNISTA

Sabe aquelas partidas de futebol, com clássico, duelo de torcidas, brigas generalizadas, onde a cavalaria da polícia intervém?  É “tiro, porrada e bomba” pra todos os lados. Pois é. Esse é o clima político desde a semana passada em Brasília (DF) após o escândalo de gravações comprometedoras envolvendo o presidente da república, um conhecido censor da imprensa mineira e senador da república e um dos mais ricos empresários brasileiros.

O cenário é de terra arrasada. Políticos de todas as esferas estão em desespero e em debandada. Já saíram do governo pelo menos quatro assessores pessoais de Michel Temer, fora a debandada de dois partidos da base aliada como o PPS e o PSB. O "técnico" desse time está sem comando em prestígio, pois as acusações são graves e seus comandados já não sabem como atuar nesse jogo em que muitos estão perdendo e não se tem solução para a virada.

Em meio ao caos político, os líderes parlamentares do Senado e da Câmara ainda não jogaram a toalha. Insistem em discutir e querer a aprovação de medidas impopulares, como as reformas trabalhistas e previdenciária, que não têm adesão da sociedade e sequer nesse momento amenizariam esse pandemônio político que se vive pelo Planalto Central.

Ainda piora. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), fiel ao atual governo e aquém da séria situação da conjuntura política, insiste em continuar a pautar propostas de difícil análise e paralisar outras. Ele decidiu programar a votação da reforma da previdência para o mês de julho e engavetou, até agora, oito pedidos de impeachment contra o atual presidente da república.

BASE ALIADA

A queda do atual presidente já é tratada como certa por sua própria base aliada. Sob liderança do PSDB, partidos (ainda aliados) do governo já articulam a sucessão do peemedebista, de modo a manterem a influência com o próximo presidente. Um roteiro é ventilado pelos corredores do Congresso Nacional. Como Temer resiste em renunciar e segue como nome a ser batido na delação da JBS, na Operação Lava Jato, a solução seria contar com a cassação da chapa eleita em 2014 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). E aí dois nomes já surgem em caso de pleito indireto: o ex-ministro da justiça da era Lula Nelson Jobim (PMDB) e o recém-empossado presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati.

E EM MG?

Pra quem ainda não sabe e não trabalhou na imprensa, não tem a dimensão do mal que a irmã do senador (até que enfim) acusado de corrupção, Aécio Neves (PSDB), já fez para jornalistas mineiros. Andréa Neves era a mentora do mandato e das campanhas do irmão e não media esforços e nem dinheiro para coagir repórteres, editores e demais trabalhadores da imprensa de Minas Gerais. A prisão dela e a iminente detenção do ex-governador mineiro estão sendo vistas como alívio e libertação dos bons profissionais do nosso estado.

 

(*) Tiago Pegon, uberlandense, residente em Brasília há 7 anos,  jornalista há 9 anos, MBA em Marketing Político, trabalhou como repórter político e assessor de comunicação parlamentar.

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