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19/06/2020 às 15h57min - Atualizada em 19/06/2020 às 15h57min

Abstemia

CELSO MACHADO
Ainda bem que me dou bem com meus parentes. Em todos os níveis, os daqui e os que moram fora.

Evidente que alguns a relação é maior e mais frequente. Dentre eles, um sobrinho que mora no Rio, mas que estamos em contato permanente por questões de afinidade etílica.

Compartilhamos causos, informações, gozações e todo o fascínio sobre deliciosas cervejas e vinhos. Além, é claro, das tentações culinárias.

Hoje vou tentar compartilhar uma vivência que não é comum comigo e menos ainda com ele. Quem sabe possa ter alguma utilidade também para mais pessoas. Vamos a ela.

Quem me conhece sabe que sou cervejeiro, desses que o final de semana começa na quinta e às vezes até mesmo na quarta. Mais do que cervejeiro sou “itaipaveiro” que traduz melhor minha predileção pela Itaipava e Petra.

De uns tempos para cá, minhas origens lusitanas que nesse quesito andavam adormecidas voltaram a ativar fazendo com que minha simpatia (e consumo) por vinho começava a esquentar.

Bem, por razões de saúde, fui aconselhado a ficar um período abstêmio. Nem preciso dizer de como não foi fácil acatar a recomendação.

Como saúde é prioridade, fiz isso. E aí começou a vivência que quero compartilhar com meu sobrinho: que não foi só sacrifício o que vivi nesse período. Comecei a reparar em prazeres que a ausência ou redução significativa do consumo alcóolico proporcionam.

A disposição melhorou, o peso diminuiu e comecei a perceber muitos outros programas que independem da companhia de uma cerveja ou de um vinho.

Como nosso comportamento está muito mais ligado a hábitos do que a consciência, não posso garantir quanto tempo isso irá durar.
O que posso confessar é que não pretendo voltar ao consumo de antigamente. Nos finais de semana tenho recebido um tímido alvará, que me dá direito a algumas taças de vinho e outras poucas cervejas. E tem atendido.

Tomara que essa consciência predomine e possa saborear por prazer, mais do que por quantidade. Lógico que o tempo dessa vivência é pouco, a temperatura fria arrefece o ímpeto do cervejeiro, mas pelo menos é um começo.

E o mais desafiador, ver qual será meu comportamento quando estiver com meu sobrinho novamente.



Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 
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