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04/05/2017 às 09h37min - Atualizada em 04/05/2017 às 09h37min

“Sing Street: Música e sonho”

Sabe aquele filme que a princípio parece até bobinho, meio “Sessão da Tarde”, mas quando você termina de assistir e para pra pensar você percebe que acabou de assistir um verdadeiro clássico do cinema? O longa “Sing Street: Música e sonho” é assim. Uma produção da qual não esperava muito, mas me surpreendeu. É um dos melhores filmes de 2016 e uma das melhores produções que já assisti.

Dublin, Irlanda, 1985. Conor (Ferdia Walsh-Peelo) é um jovem obrigado a mudar de colégio, devido à difícil condição financeira de seus pais, que também brigam sem parar. Logo ele tem problemas com um valentão local, que passa a persegui-lo, e com o padre que coordena a escola, devido à sua disciplina rigorosa. Desiludido, Conor tem um sopro de esperança ao conhecer Raphina (Lucy Boynton), uma garota que está sempre à espera na porta da escola. Disposto a conquistá-la, ele diz que está montando uma banda de rock e a convida para estrelar um videoclipe. Com o convite aceito, agora ele precisa fazer com que a banda exista de verdade.

Com essa trama bem leve, engraçada e interessante, “Sing Street” é um longa que envolve a cada minuto de projeção. O roteiro, apesar de simples, é bem amarrado e não se torna cansativo. Pelo contrário, o espectador fica insatisfeito em ter apenas uma hora e quarenta e seis minutos de projeção. Quando termina ficamos com aquele gostinho de quero mais.

Dirigido de forma brilhante pelo cineasta irlandês John Carney, que fez outras ótimas produções como “Apenas uma vez” e “Mesmo se nada der certo”, este longa é o melhor trabalho dele até aqui. Com uma premissa baseada nos grandes clássicos da música da década de 80, Carney foi capaz de criar uma obra prima usando elementos básicos, com um bando de adolescentes como personagens, uma escola e um bairro de Dublin como cenários, um amor platônico como inspiração para as músicas que é a temática central e uma trilha sonora muito, mas muito envolvente.

E além do toque profissional de John Carney nas cenas mais bem feitas, é nítido que o diretor coloca suas ideias nos videoclipes bregas, mas com resultados excelentes da banda de garotos. Algo bem parecido com os vídeos musicais que assistíamos na década de 80. Por falar nisso, “Sing Street” é uma verdadeira aula de influência dos grandes gêneros da música da época, especialmente o rock e o pop, resgatando a essência de ótimas bandas como A-Ha, Duran Duran, The Cure e outras.

O único defeitinho que “Sing Street” tem é de nos apresentar no início uma banda de adolescentes que não sabiam cantar e tocar, desafinados por sinal, e em poucos minutos a mesma banda já está compondo e interpretando músicas que a gente fica doido pra baixar e ouvir o dia todo. Algo surreal, mas que não interfere muito no resultado final.

O filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme de Comédia ou Musical e acredito que se não tivesse um concorrente como La La Land poderia ter até ganhado o prêmio. Seria merecedor em todos os aspectos.

Nota 9

 

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