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03/06/2020 às 11h15min - Atualizada em 03/06/2020 às 11h15min

O preconceito e o esporte

ADRIANO SANTOS
A representatividade dos negros, embora seja expressiva no esporte, os relatos de racismo são estrondosos.

Muitas vezes a discriminação é responsável pelo encurtamento da carreira de um desportista. Em outros casos o crime só acontece quando eles se destacam, aliás muitos se destacam no mundo todo.

Discutir o racismo mediante fatos recentes é abstrato. O racimo existe há anos e no entanto as políticas públicas são as melhores saídas para enfrentar as contradições da história.

A ineficiência das entidades para combater a discriminação gera um ambiente hostil. Os atletas, além de serem perseguidos por torcidas e adversários, muitas vezes não têm respaldo majoritários para o fim das aberrações.

Saudações nazistas, rugidos de macacos, bananas em campo, elementos que denigrem os fundamentos do esporte.

Romelu Lukaku foi vítima de ofensas racistas proferidas por torcedores da equipe da capital da República Checa.

Rafaela Silva, a primeira medalhista de ouro dos jogos olímpicos do Rio 2016, enfrentou o racismo e a perseguição nas redes sociais após perder uma luta na edição anterior nas Olimpíadas de Londres, em 2012.

Quem não lembra do Aranha, goleiro de Futebol que foi preso confundido com um assaltante em Campinas. Aranha foi humilhado pelos torcedores gremistas após um Santos e Grêmio em Porto Alegre.

Lebron James, o astro americano do basquete, teve sua casa pichada por vândalos na véspera da final. A raiva dos torcedores falou mais alto e diante mais uma atrocidade.

Na Arena do Grêmio aconteceu mais um fato racista. Yony Gonzáles sofreu discriminação racial diante dos torcedores do time da casa.

Ludmilla, atacante do Atlético de Madrid e da Seleção, foi seguida por seguranças em um supermercado.

Poderíamos discorrer fatos de Pogba, Balotelli e diversos atletas, porém nunca conseguiremos sentir o que os mesmos sentem diariamente com tantas opressões e ofensas.

O racismo é estrutural, arcaico, enraizado na péssima educação de brancos e todos que utilizam a cor da pele para ferir e separar.
Falamos sempre que a coisa está "preta", que hoje é "preto" na folhinha, frases que encabeçam as nossas ridículas frases diárias.

Diz muito sobre o grau de desenvolvimento de um país a maneira como ele integra grupos sociais com longo histórico de reclusão. Refiro-me aos indígenas e negros, encontrar uma forma de incorporar satisfatoriamente esses grupos é um desafio para os países que os têm em grande contingente.

Esse assunto será sempre o formato de quando a maioria perceber que o estado, que a sociedade, que todos nós somos do mesmo tamanho ante a morte.

Os valores do esporte não têm nenhuma explicitude com tais fatos. O esporte é maior que tudo isso. Ou será que não?
 
Paixão Futebol



Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 
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