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20/03/2020 às 08h00min - Atualizada em 20/03/2020 às 08h00min

Estamos todos contaminados!

CELSO MACHADO
Não sou tão jovem, já cheguei quase ao final da casa dos 60 e nunca vivi nem vi algo tão assustador como o que mundo todo está passando.

Nas duas grandes guerras mundiais, ainda não tinha nascido, por isso não convivi com os efeitos que provocou. Assisto muitos filmes a respeito e de certa forma dá para imaginar os impactos que causaram em milhares de pessoas.

Só que os inimigos eram facilmente identificados, tinham nacionalidade, existia conhecimento sobre onde, quando e como agiam. Havia também aliados em quem se podia confiar e muitos países que não se envolveram. Ficaram neutros e imunes.

Agora não, estamos vivendo uma verdadeira guerra mundial que não poupa nenhum país, por maior ou menor que seja. E o pior, cuja identificação é parcial, fala-se muito como se propaga, os paliativos para tentar minimizar seus riscos, mas verdadeiramente nada que possa derrotá-lo.

Os cuidados com a higiene e contato são imprescindíveis. Só que os riscos continuam e apavoram qualquer um, por mais equilibrado, otimista e corajoso que seja.

As notícias são alarmantes e trazem informações de como esse inimigo cresce vertiginosamente e o quão perto de nós está.

Sou otimista de nascença, mas também humano. Como todos, estou atônito e desorientado.

Tento fazer minha parte, torço, rezo e peço para que essa pandemia passe. E passe o mais rápido que puder. Enquanto isso é levar a vida que se pode levar.

De certa forma todos já fomos contaminados por esse vírus, tendo ficado doentes ou não. Nossa vida sofreu impactos inimagináveis e duvido que exista alguém que não tenha refletido sobre sua fragilidade. Até os poderosos e os que se julgam superiores. 

Talvez se houver algum aprendizado que se possa extrair desse terrível momento que estamos passando é o tanto que o mundo é pequeno e interligado. De como temos que cuidar mais uns dos outros, independente de raça, credo, ideologia, onde estejam, etc.

Um descuido na Ásia está custando caro ao mundo inteiro e não se sabe o desdobramento do seu preço final.

Aqui abro um parêntese e com certeza vou expor parte da minha mediocridade, mas fico sem entender como quando acontece um problema qualquer com a Amazônia o mundo inteiro cai de pau em cima do Brasil. E agora, a China provoca um desastre mundial desses e ninguém fala nada sobre o que questões comportamentais de saúde estão causando.

Não que a preservação da Amazônia não deva merecer todo nosso cuidado e responsabilidade, mas e...

Pois é, estão vendo? Como falei, estamos todos contaminados e até por essa linha de raciocínio, eu também.

O que fazer, mas é o que penso...


*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.










 
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