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21/02/2020 às 09h43min - Atualizada em 21/02/2020 às 09h43min

Como aumentar as habilidades tecnológicas dos professores

MARIO THURLER JUNIOR | DIRETOR REGIONAL DO CANVAS

Preparar professores para atender as necessidades que estão surgindo é um dos maiores desafios das instituições de ensino, atualmente. O professor do futuro precisará ter a capacidade de se atualizar permanentemente e trabalhar com recursos tecnológicos em sala de aula. O ritmo do desenvolvimento da tecnologia no setor educacional é espantoso. Se não ajudarmos os alunos a adquirirem habilidades digitais adequadas na sala de aula, estaremos limitando suas chances no mundo do trabalho. Além disso, corremos o risco de desmotivá-los em seu processo de aprendizado. 

Jovens estudantes universitários usam a internet e redes sociais para pesquisar, realizar trabalhos em grupo, comunicar-se entre si, etc. É comum que professores e coordenadores de curso estranhem essa nova forma de buscar e absorver conhecimento. Choques entre gerações são bastante comuns. O aprendizado linear de antigamente deu lugar a uma outra prática, multimídia e multiplataforma que pode parecer caótica para muitos professores. Cabe às instituições de ensino preparar seu corpo docente para esta nova era, através de programas eficientes de alfabetização digital. 

O processo pode ser doloroso. Não é fácil fazer com que professores mais velhos, com uma intensa carga de trabalho, aceitem se abrir para as chamadas edtechs. Mas nossa experiência com a implementação do Canvas em algumas das melhores universidades do país mostra que o investimento vale a pena. Ambientes virtuais de aprendizagem tendem a aumentar a interação entre os estudantes e o grau de engajamento deles com o conteúdo transmitido no curso. Ao contrário do que se possa imaginar, o ensino à distância permite um acompanhamento mais personalizado e detalhado do desempenho de alunos, graças à coleta de dados disponíveis nos AVAs. 

É crucial ter um plano para um treinamento eficaz, usando as contribuições dos membros da equipe para orientar e dirigir. Faça uma avaliação detalhada das habilidades tecnológicas de todo o corpo docente. Descubra quais professores necessitam de treinamento em ferramentas ou técnicas específicas. Identifique aqueles que sabem usar as ferramentas, mas que precisam de ajuda para integrá-las às aulas. Em seguida, planeje um treinamento para preencher estas lacunas, sempre com uma abordagem personalizada, dando aos professores o que eles querem e precisam. 

Dê tempo suficiente para os professores usarem a tecnologia, a partir de uma lógica de tentativa e erro. Peça que eles criem lições e atividades reais para usar com os alunos. Essa abordagem ajudará os professores a ver como a tecnologia pode ser uma parceira seu programa educacional, não uma inimiga. Isso também os ajudará a reter as habilidades aprendidas no treinamento e ver como elas podem ser aplicadas no cotidiano. Por fim, ofereça sessões de treinamento curtas e contínuas ao longo do ano. Isso ajudará seus professores a processarem informações sem sobrecarregá-los. 

O tempo exagerado que os jovens hoje em dia - especialmente os da geração Z - passam em redes sociais ou jogando videogames costuma ser um objeto de crítica de professores mais velhos. Mas a tecnologia assumiu centralidade na vida de todos nós. Isso é inegável. Em vez de tentar remar contra a maré, as instituições de ensino devem convencer seu corpo docente a lançar mão das inúmeras vantagens que a tecnologia traz para aumentar o nível de interesse de seus alunos pelo conhecimento passado em sala de aula, seja ela física ou virtual. Excelência acadêmica e amor pelo conhecimento podem andar de mãos dadas com a tecnologia.  

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.













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