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15/02/2020 às 08h00min - Atualizada em 15/02/2020 às 08h00min

Subtipos de depressão

TÚLIO MENDHES

A depressão é um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. Há os que assumem e aceitam se tratar, mas infelizmente grande parte das pessoas nega e evita qualquer tipo de ajuda. De acordo com estudo epidemiológico, a prevalência de depressão ao longo da vida do brasileiro está em torno de 15,5%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico. Ainda de acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de contribuição, respondendo por 4,4% das responsabilidades acarretadas por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerada o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%).

Mas como é diagnosticada a depressão? Bom, o diagnóstico da depressão é clínico, feito pelo médico após coleta completa da história do paciente e realização de um exame do estado mental. NÃO EXISTEM exames laboratoriais específicos para diagnosticar depressão. Entre algumas das causas mais comuns desse diagnóstico são os eventos estressantes que podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença.

Muito se questiona sobre a subjetividade do histórico familiar relacionado a um dos fatores de risco como uma espécie de gatilho para o desenvolvimento da depressão. E isso é um fato, pois o histórico familiar é sim um dos maiores “contribuintes” para a evolução do diagnóstico. Outros “colaboradores” para o progresso da depressão são o estresse crônico, a ansiedade crônica, disfunções hormonais, conflitos conjugais, transtornos psiquiátricos correlatos, mudanças bruscas na situação financeira como o desemprego. Também estão associadas às doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias (tumores, cistos, quistos, abcessos) entre outras.

Existem sete subtipos de depressão. A distimia é um quadro mais leve e crônico. Prevalecem queixas de cansaço e desânimo durante a maior parte do tempo. Geralmente, as pessoas se mostram excessivamente preocupadas, apresentando um sentimento persistente de preocupação. As alterações de apetite, libido e psicomotoras não são frequentes, é mais comum sintomas como letargia e falta de prazer pelas coisas que antes eram prazerosas. Na maioria dos casos, se inicia na adolescência ou no princípio da idade adulta. Outro subtipo é a depressão endógena que se caracteriza pela predominância de sintomas como perda de interesse ou prazer em atividades normalmente agradáveis, piora pela manhã, falta de reatividade do humor, lentidão psicomotora, queixas de esquecimento, perda de apetite importante e perda de peso, muita desanimo e tristeza. Tem ainda a depressão atípica que é uma inversão dos sintomas aumentando o apetite ou ganho de peso, dificuldade para conciliar o sono ou sonolência, sensação de corpo pesado, sensibilidade exagerada à rejeição, responde de forma negativa aos estímulos ambientais. A depressão sazonal tem maior prevalência entre jovens que vivem em maiores latitudes. Os sintomas mais comuns são a apatia, diminuição da atividade, isolamento social, diminuição da libido, sonolência, aumento do apetite, “fissura” por carboidratos e ganho de peso. A depressão psicótica é um quadro grave, caracterizado pela presença de delírios e alucinações. Os delírios são representados por ideias de pecado, doença incurável, pobreza e desastres iminentes. Pode apresentar alucinações auditivas. A depressão secundária é caracterizada por síndromes depressivas associadas ou causadas por doenças médico-sistêmicas ou por medicamentos. Por ultimo a depressão bipolar inicia com um episódio depressivo, enquanto mais precoce o início, maior a chance de que o indivíduo seja bipolar. História familiar de bipolaridade, de depressão maior, de abuso de substâncias, transtorno de ansiedade, são indícios de evolução bipolar.

Pra hoje é isso. Te espero sábado que vem!

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.











 

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