Embora figurinha no mundo jurídico, só recentemente, por intermédio do meu amigo Wilson Lopes, nas redes sociais, fui apresentado a Lucius Antonius Rufus Appius, um juiz romano corrupto. Esse tipo de gente me atrai e me impressiona porque me ensinara que a competência é pressuposto básico para tudo o que você se propõe a fazer na vida. E como não vi em mim competência para tal, não me corrompi. Por exemplo: nunca vendi um Auto de Infração* e desconheço o que é propina e congêneres. Botaram preço. Mas, como disse, faltou-me competência para negociar. O Lucius, como soube, não julgava as ações, ele as vendia. Ao assinar as sentenças, mandava o chamegão: L.A.R Appius. Caiu na boca do povo. Vai ver o bobo frequentava a sauna do Praia. Tudo o que era assinado por ele cheirava à desonestidade. Fez de si — sme — um substantivo: larápio. No Brasil, de toga ou sem toga, larápio competente é o que não falta. Eu fiquei na minha. Segui os conselhos do meu avô: afinal, dizia ele: quem não tem competência, não se estabelece. Tá, aí, ó: a rebordosa na Câmara Municipal.
*Auditor fiscal aposentado da Receita Federal
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