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12/01/2020 às 14h30min - Atualizada em 12/01/2020 às 14h30min

O Larápio

JOÃO BOSCO

Embora figurinha no mundo jurídico, só recentemente, por intermédio do meu amigo Wilson Lopes, nas redes sociais, fui apresentado a Lucius Antonius Rufus Appius, um juiz romano corrupto. Esse tipo de gente me atrai e me impressiona porque me ensinara que a competência é pressuposto básico para tudo o que você se propõe a fazer na vida.  E como não vi em mim competência para tal, não me corrompi.  Por exemplo: nunca vendi um Auto de Infração* e desconheço o que é propina e congêneres. Botaram preço. Mas, como disse, faltou-me competência para negociar. O Lucius, como soube, não julgava as ações, ele as vendia.  Ao assinar as sentenças, mandava o chamegão: L.A.R Appius.  Caiu na boca do povo. Vai ver o bobo frequentava a sauna do Praia.  Tudo o que era assinado por ele cheirava à desonestidade. Fez de si — sme — um substantivo: larápio. No Brasil, de toga ou sem toga, larápio competente é o que não falta. Eu fiquei na minha. Segui os conselhos do meu avô: afinal, dizia ele: quem não tem competência, não se estabelece.  Tá, aí, ó: a rebordosa na Câmara Municipal.

*Auditor fiscal aposentado da Receita Federal

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.











 

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