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15/12/2019 às 10h30min - Atualizada em 15/12/2019 às 10h30min

Compota de mangas

JOÃO BOSCO
Oooolha a Manga! Mangas nos hospitais, nas repartições públicas, na igreja. Mangas na rua, na praça, na sarjeta: chutadas, chupadas e espremidas. Mangas na mesa, na taça, na cama. Mangas na sala, no quarto, na cozinha. Mangas nos carros, nos iates, nos aviões. Mangas pela manhã, à noite e de dia. Mangas de talo decepado, violentadas, abortadas. Mangas furadas, amassadas e traumatizadas. Mangas que boiam, que afundam, que rolam. Mangas contaminadas, assépticas e sépticas. Mangas encaixotadas, ensacadas, embrulhadas. Mangas da roça, da cidade, de estufa. Mangas de quintais, de beira de estrada e de postos de gasolina. Mangas magrinhas, espichadas, gordinhas. Mangas gozadas, exóticas, macrobióticas. Mangas Espadas, Alfa, Beta. Mangas lisas, sardentas e manchadas. Mangas claras, mestiças, escuras. Mangas de fios grossos, sedosos e encaracolados. Por fim, fartas mangas de sementes cruzadas, carnudas, caudalosas e suculentas à escolha dos consumidores. R$ 0,25 o kg! – anuncia o feirante.

*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.














 
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