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08/12/2019 às 11h00min - Atualizada em 08/12/2019 às 11h00min

Gosto e uva cada um tem o seu!

ÉRIKA MESQUITA
Uma das tarefas mais complexas no mundo do vinho é a harmonização, especialmente para nós, brasileiros, que nos acostumamos tanto a consumir vinhos sem pensar nos pratos que serão servidos.

Há uma regra que se tornou popular indicando que carne vermelha vai bem com vinho tinto e peixes e aves vão bem com vinho branco. Mas essa não é uma verdade absoluta, pois existem muitos fatores que deverão ser levados em consideração, além do próprio gosto pessoal, um quesito muito forte e que não pode ser desconsiderado.

Já escrevi em colunas anteriores sobre harmonização e quem quiser relembrar as dicas é só acessar os arquivos da coluna no site do Diário de Uberlândia.

Mas o assunto de hoje é a harmonização com a receita que está no blog Sabor Sonoro, do amigo Marcel Gussoni.

Para essa receita pensei imediatamente nos vinhos brancos, porque sempre prefiro a acidez aos taninos poderosos. Um Malbec argentino ou um Cabernet Sauvignon do Chile provavelmente não serão nunca minhas primeiras opções.

Em termos de vinhos brancos, um Chardonnay sem madeira ou com pouca madeira é uma boa opção, especialmente se tiver uma boa acidez para “limpar a boca” durante a refeição. Essa sensação causada pela acidez chama para o próximo gole e para mais um bocado de comida, isso porque a salivação é ativada e sabemos de sua importância para o ato de saborear os alimentos.

Se tivesse optado por fazer os cogumelos acompanhados de algum molho à base de creme de leite, por exemplo, um Chardonnay com mais madeira (Borgonha, Chile ou Estados Unidos) poderia ser uma boa indicação.

Mas os cogumelos têm uma característica importante que deve ser considerada quando escolhemos os vinhos: são alimentos com sabores “terrosos”. Assim, muitos autores indicam que os vinhos do Piemonte, elaborados com a uva Nebbiolo, são pares ideais para esses ingredientes. Mas não precisa comprar um Barolo, vinho numa faixa de preço mais alta. Procure um Barbaresco, pois há bons rótulos abaixo dos R$ 180.

Outros vinhos tintos mais leves podem ser boas sugestões. Tente um Tempranillo espanhol com pouca madeira ou um Valpolicella, elaborado na região do Vêneto.

Teste aí na sua casa a receita e faça a sua harmonização. Aliás, essa, para mim, é a parte mais difícil, afinal gosto e uva cada um tem o seu.
 
RECEITA
Filé ao molho de vinho e cogumelos
 
Ingredientes:
– 4 fatias altas de filé mignon de +/- 200g (tipo tornedor)
– 150g de cogumelo Paris
– 150g de Shimeji
– 1 cebola picada em cubinhos
– 2 dentes de alho amassados
– 200ml de vinho tinto seco
– 1 caixinha de creme de leite integral
– 1 colher de sopa de manteiga
– tomilho e alecrim a gosto
– sal a gosto
– pimenta do reino a gosto
– azeite a gosto
– cebolinha para finalizar
 
Preparo:
Tempere o filé já fatiado com sal, azeite e pimenta do reino. Reserve.

Refogue a cebola picada com um fio de azeite e sal. Assim que começar a dourar acrescente os cogumelos, refogue até ficarem macios. Agora é só acrescentar a manteiga, sal, tomilho, alecrim e misturar. Reserve.

Aqueça bem uma frigideira, acrescente um fio de azeite e grelhe os filés em fogo alto. Doure bem os dois lados e reserve.

Eles devem estar malpassados porque depois voltam para a frigideira no fim do preparo.

Na mesma frigideira acrescente o vinho, assim que começar a ferver acrescente os cogumelos e o creme de leite, misture e acrescente os filés.

Agora o tempo depende do ponto da carne que você gosta. Por aqui só deixei mais dois minutinhos para ter os filés com o interior ainda rosado.


*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.




 

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