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19/11/2019 às 08h05min - Atualizada em 19/11/2019 às 08h05min

Banda – A história além dos quadrinhos

CHICO DE ASSIS
Foto: Divulgação

Lançada no início desse mês de novembro o primeiro número da revista “Banda” nos traz questionamentos sobre os clássicos dos quadrinhos brasileiros. O que faz de uma obra nessa linguagem um clássico? É possível falar em clássicos entre as obras nacionais? Quais são eles? Por que obras tão importantes não estão acessíveis ao público?

Nascida dos esforços de Douglas Utescher, designer e proprietário da Ugra Press, loja e editora de quadrinhos alternativos, Carlos Neto, Gustavo Nogueira e Thiago Borges, os três jornalistas especializados em quadrinhos, a revista pretende ser bimestral e focada na produção brasileira, essa primeira edição foi viabilizada via financiamento coletivo e agora pode ser adquirida na loja Ugra a R$ 20.

Com 34 páginas, “Banda” apresenta uma reflexão de Ramon Vitral sobre a relação do tempo com as obras clássicas em várias linguagens e as possíveis especificidades no campo dos quadrinhos. Especialistas e autores de quadrinhos, entre eles nomes bem conhecidos de quem acompanha a produção crítica e teórica do meio como Gonçalo Junior e Sonia Luyten, foram chamados para apresentar uma lista de cinco clássicos e um possível futuro clássico da produção nacional.

Thiago Borges escreve sobre difícil a relação dos quadrinhos brasileiros com o mercado, e a quase completa ausência de obras seminais em livrarias, bancas ou bibliotecas “como considerar algo relevante historicamente se ninguém mais consegue lê-lo? Os artistas de renome são mais reconhecidos que suas próprias obras? E as HQs feitas por mulheres precursoras onde estão?”

Carlos Neto fez uma ótima entrevista com Lourenço Mutarelli, esse que é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes dos Quadrinhos brasileiros. Pra finalizar Gustavo Nogueira Fala sobre Angola Janga álbum escrito e desenhado por Marcelo D’Salete um nome de enorme relevância da produção atual.

Nesse primeiro número a “Banda” deu um show, apresentação, diagramação, ilustrações, capa, temática, textos enfim tudo realmente muito bom, não desafinou em nada, embora com sua pegada ligeiramente punk rock desafinar não seja propriamente um problema. Aguardemos as próximas apresentações, estarei na primeira fila. Vida longa à “Banda”. Vida longa aos quadrinhos nacionais.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.








 

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