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11/10/2019 às 08h37min - Atualizada em 11/10/2019 às 08h37min

Cansar faz bem!

CELSO MACHADO

Cansar faz parte do movimento da iniciativa, do esforço na busca pela realização de um objetivo. O atleta que se prepara para uma jornada intensa cansa. O empresário que busca o desenvolvimento dos seus negócios cansa. O político que se empenha em uma causa pública cansa. O estudante que procura aprender e sair bem na escola ou faculdade cansa. Até mesmo o idoso que pratica uma caminhada matinal para oxigenar o organismo cansa.

Todo mundo que num momento qualquer tem uma meta, busca conseguir algo, passa por atividade intensa; proporcional e as vezes até mesmo superior ao resultado desejado cansa. E é justamente essa doação, essa dedicação firme que proporciona o melhor: a recompensa de apreciar o valor da conquista.

Costumo falar em tom de brincadeira, mas é somente tom, na realidade não tem nada de brincadeira, que só desfruta plenamente do prazer de descansar, quem tem o privilégio de primeiro cansar. Quem não cansa, nunca vai saber o gosto real de descansar.
Cansar pelo esforço, pela tentativa, pela busca de conseguir atingir o alvo. A realização da pessoa sentir que deu conta do recado. Que é capaz. Que a conquista é fruto de sua luta, persistência, determinação.

Aí sim, o descansar ganha o tempero perfeito para ser degustado. Pobres os que ganham sem o empenho próprio. No máximo conseguem saber o preço das coisas, mas jamais o seu valor real. Penso que fugir do cansaço é abrir mão do prazer de obter. O que me preocupa quando canso, não é pelo desgaste sofrido, mas sim entender sua causa e razão. Se pela manhã, como faço diariamente vou a academia nada mais natural do que sentir fadiga.

Da mesma forma, ainda que numa intensidade menor, das minhas peladas de futebol semanais que não abro mão. Canso sim e muito, quando me envolvo nos projetos que comando, nos eventos que organizo, nas minhas atividades profissionais. Procuro avaliar constantemente o custo benefício de todos eles. E, principalmente nos últimos tempos venho refletindo se não seja melhor me envolver mais em algumas iniciativas do que parcialmente em muitas.

Mas atenção, cuidado para não confundir, muito menos misturar cansaço com aborrecimento. O primeiro quando superado, nos completa e motiva; o segundo machuca e deprime. Evidente que não é possível viver sem passar por momentos e circunstâncias desagradáveis. Saber transitar por elas é uma habilidade. Só que é preciso estabelecer limites. Aborrecimento que perdura, cuidado, pode causar sequelas terríveis.

Da mesma forma que ir além do limite saudável do cansaço, adoece. A habilidade de viver prazerosamente, pelo menos para mim é cuidar para que o esforço não seja maior do que meus limites e os aborrecimentos superados rapidamente para não se tornarem um mal ainda pior, mágoa. Agora tem quem cansa por não fazer nada. E quem vive cansado. Aí a questão é outra...

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.





 

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