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13/10/2019 às 15h00min - Atualizada em 13/10/2019 às 15h00min

Melancolia

JOÃO BOSCO

Um dia desses passados subia a Avenida Afonso Pena a observar não o povo, mas a mim. Explico: disseram-me que se você se sentir insatisfeito com você mesmo ou com uma pessoa bem próxima de você, vá à rua, dê uma olhada em seu entorno. Observe bem as pessoas. Deixei que meus pensamentos me levassem. Comecei o caminhar no nascedouro da avenida; a praça, “a mesma praça, os mesmos bancos, as mesmas flores de um mesmo jardim” e, salvo algumas demolições e melhoramentos nos mesmos prédios, o que contrariava a canção era o fato de não estar mais ali as marcas Rivoli, Mineira, Beirute e tantas outras porque como as famílias, os empreendimentos familiares também passam. Cortei a Praça, TV, e alcancei a João Pessoa, meu ponto final, totalmente absorvido pela doçura do passado. Na volta, precisou que uma mosca na ferida de um pedinte me trouxesse ao meu propósito original. Apenas mudei o parâmetro: desci a avenida à procura de alguém em pior situação do que o pedinte das feridas expostas e acho que vi muitos. Sim! Uma mosca você mata, uma ferida na carne pode ter cura.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.




 

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