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29/08/2019 às 08h36min - Atualizada em 29/08/2019 às 08h36min

Brasil tem presidência inútil

JOÃO BATISTA DOMINGUES FILHO

 
Família Bolsonaro desestabilizou o sistema político brasileiro, com Eduardo embaixador, blindagem do senador Flávio e protagonismo digital de Carlos. Governação eficiente desse capitão-presidente só para a família Bolsonaro, com franjas do eleitorado baba-ovo ao seu lado até à tentativa de reeleição desse inútil aos interesses públicos da maioria dos brasileiros. César Felício explica que “os principais aliados do presidente são seus familiares e qualquer projeto de poder seu envolverá a preservação e o fortalecimento da dinastia. A lógica é tribal, é de clã.” (Valor,23/08/2019,A8). Ataca ao seu capricho contra os interesses do Brasil: Inpe, ambientalistas, ONGs, governadores, França, Alemanha, Noruega, favorito na eleição presidencial argentina. Ancine, Anvisa e movimentos sociais. Amazônia queima e Europa se rebela contra o Brasil, enquanto família Bolsonaro permanece encantada e submissa aos interesses dos EUA, cantando aos berros: “nós é inútil” para os interesses públicos da maioria dos brasileiros, com o horizonte da reeleição e posterior sucessão com filho presidente do Brasil.

Leniência atávica dos brasileiros para o mau uso da Presidência da República Federativa do Brasil: não ser meio institucional democrático de realização do interesse público, chegando a 200 anos de independência, ganhou, eleitoralmente, o clã Bolsonaro na governança do Brasil, unicamente, para atender aos interesses da perversa família: desprezando, majestaticamente, os crimes de irresponsabilidades com o uso do Poder Executivo para atender, fundamentalmente, à tribo Bolsonaro. Capitalismo com democracia padrão europeu é utopia. Vivenciamos: Congresso Nacional com agenda negativa de combate à corrupção para intimidar os órgãos de controle, STF de Dias Toffoli suspende ações do Coaf como proteção de Flávio Bolsonaro e Paulo Guedes acabando com Coaf ao transformá-lo em Unidade de Inteligência Financeira do Banco Central, com gerência por indicação política. Site “The Intercept Brasil” desenha em detalhes o “jogo jogado” entre o procurador Delton Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro: falta de impessoalidade, dados seus métodos e resultados na condução da Lava-Jato, cuja desmoralização só beneficia os corruptos presos, em julgamento e no Congresso Nacional. Fato: os três Poderes da República brasileira têm todo empenho institucional em destruir a agenda anticorrupção dos brasileiros que vão às ruas desde junho de 2013.

Na economia, o Brasil atinge o “fundo do poço” em agosto: pior momento para atividade econômica, com apostas frágeis de melhoras em setembro: liberação dos recursos PIS/Pasepe (R$ 2 bilhões) e FGTS (R$ 28 bilhões), aumentando o consumo popular para ativar o setor produtivo de bens de consumo duráveis. Brasil possui correlação forte entre crise externa e situação econômica interna. Com a desaceleração da economia internacional com os preços das commodities oscilando, com o Brasil sendo grande exportador de commodities, acrescenta mais incertezas sobre o crescimento econômico brasileiro. Setor público do Brasil com déficits primários desde 2014. Superávit primário necessário para manter dívida pública em trajetória sustentável saiu do horizonte das possibilidades dada à governança Bolsonaro.

Tudo pode piorar sempre com o clã Bolsonaro na Presidência: capitão-presidente vai reconhecer oficialmente o Hezbollah como organização terrorista “igual ao MST”: submissão presidencial à política externa americana. Selo de terrorista tatuado no Hezbollah é prestação de serviços valiosos aos EUA e a Israel, sem quaisquer benefícios para o Brasil, criando confusão desnecessária com o Líbano e Irã, importador de US$ 2 bilhões anuais, os quais não interessam ao clã Bolsonaro “baba-ovo jeca tatu” do Trump “America first”. Brasil talvez declare recessão no próximo mês. Não ser presidente do Brasil em tempo integral é motivo de crime de irresponsabilidade com a Nação brasileira. Frustração permanente dos interesses públicos pela Presidência Bolsonaro com a ilusão de colocar o Brasil na OCDE (Clube dos países ricos), acabando com o Coaf padrão Lava-Jato, é descumprimento explícito das recomendações da OCDE. Clã Bolsonaro contra os interesses do Brasil inclui a ilusão de acordo bilateral com os EUA, desprezando a Europa acusadora do Brasil desmatador. Temos saída recorde de investimento estrangeiro, com a guerra comercial EUA e China. Agricultura americana agradece à Família Bolsonaro: vão ficar com o mercado chinês.       

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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