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26/07/2019 às 08h46min - Atualizada em 26/07/2019 às 08h46min

As startups da terrinha...

MARIANA SEGALA

Nesta semana, três startups de Uberlândia tiveram um momento de reconhecimento. Essas jovens empresas, com serviços inovadores e alto potencial de crescimento, entraram no ranking de 2019 da rede 100 Open Startups. A pesquisa elenca os negócios inovadores mais atrativos na opinião de 15 mil executivos de mais de 2 mil grandes empresas. A vitória é grande: mais de 8.600 startups estavam inscritas para participar. Delas, 895 avançaram na disputa e 212 entraram no ranking final.

As uberlandenses que chegaram lá são referências nos meandros do ecossistema de inovação. Inngage, Sensix e Espresso costumam ser lembradas como casos de sucesso e servem de inspiração para novos empreendedores. Mas serão conhecidas para além desse circuito, que é mais ou menos restrito? Para quem os três nomes são uma novidade, faço um convite: dediquem cinco minutos à leitura destas histórias. Elas dão pistas do tipo de inovação que está sendo desenvolvida por aqui.

...no marketing
Sabe aquela notificação que aparece na tela do celular indicando que chegou uma mensagem no aplicativo de chat? Ou de que uma nova reportagem foi publicada no aplicativo de notícias? Ou ainda, de que o sistema precisa passar por uma atualização? Esses “avisos”, chamados de notificações push, são a maneira como os aplicativos comunicam algo aos usuários.

Na Inngage, fundada em 2016, Octavio Braga e Vinícius de Paula criaram uma plataforma que permite às empresas desenvolver ações de marketing estruturadas e baseadas em notificações push, enviando o conteúdo certo para as pessoas certas. O objetivo é facilitar o engajamento dos usuários, para que se mantenham ativos no uso dos aplicativos das empresas – o que, potencialmente, gera mais negócios.

Desde que nasceu, a Inngage passou por dois ciclos de aceleração: foi uma das 40 selecionadas para a terceira turma do programa SEED, do governo do estado de Minas Gerais, e também esteve no Inovativa Brasil, capitaneado pelo Ministério da Economia. Figurar na 100 Open Startups não é uma novidade para Octavio e Vinícius. Esta foi a terceira vez que a startup entrou no ranking. Nos próximos anos, o objetivo é desenvolver novas funcionalidades para ampliar as possibilidades de engajamento de usuários.

...no agro
A Sensix conquistou os avaliadores por oferecer análises de performance das lavouras utilizando fotos captadas por drones e satélites. Seu segredo está no uso de inteligência artificial e outras técnicas sofisticadas para detectar padrões nas imagens – e, a partir deles, identificar o que está acontecendo nas plantações. “Nosso sistema é capaz de entregar mapas de localização de plantas daninhas, quantificar falhas de plantio, perceber variações de vigor e biomassa para orientar a aplicação de fertilizantes ou herbicidas, por exemplo”, diz Carlos Ribeiro, diretor-executivo da Sensix. “A plataforma se comunica diretamente com o maquinário de aplicação dos defensivos, o que gera economia de insumos, maior homogeneidade do cultivo e aumento de produtividade”.

Fundada em 2015, a Sensix nasceu com a missão de dar suporte à tomada de decisão no campo. Após dois anos de desenvolvimento tecnológico, a plataforma da empresa – batizada Sensix FieldScan – foi lançada no mercado, como a primeira da América Latina a aplicar o processamento de dados de drones com algoritmos automáticos no setor agrícola. Logo depois, a empresa recebeu o primeiro investimento, feito pelo Grupo Algar. Com os recursos, a Sensix ampliou o rol de produtos, alcançando um crescimento de cinco vezes entre 2017 e 2018. As metas da empresa são ambiciosas. A expectativa é alcançar, neste ano, uma área de 300 mil hectares monitorados apenas por drones, chegando a 500 mil hectares em 2020. “Projetamos um crescimento elevado com a aplicação das nossas soluções nos mercados de soja, algodão, cana-de-açúcar e hortifrúti”, diz Ribeiro.

...na gestão
Lembre-se da última vez que fez uma viagem a trabalho. Na volta, certamente gastou uns bons minutos separando recibos de gastos com refeições e hospedagem para pedir reembolso. A proposta da Espresso é automatizar o processo de prestação de contas de despesas corporativas, permitindo que o funcionário informe cada gasto no exato momento em que ele acontece. Relatórios inteiros são gerados em segundos pela plataforma, dando agilidade aos departamentos financeiros das empresas para analisar, auditar e aprovar os reembolsos. “A Espresso também aplica uma ferramenta de inteligência artificial antifraude que ‘lê’ os comprovantes e detecta quebras de políticas ou duplicatas”, diz Guilherme Tangari, CEO da Espresso. “Nossa ideia é eliminar trabalho desnecessário e oferecer um ganho de tempo aos clientes de até 90%”.

Criada em 2015, a Espresso passou por um ciclo de aceleração na ACE – uma das mais reconhecidas aceleradoras de startups da América Latina – em 2016, quando recebeu a primeira rodada de investimentos. “Já levantamos uma segunda rodada de investimentos e no ano passado mais do que quintuplicamos o tamanho da empresa. Em 2019, a meta é triplicar, e estamos no caminho”, explica Tangari. Cerca de 250 empresas e mais de 30 mil usuários adotam a ferramenta atualmente.


*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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