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29/06/2019 às 08h00min - Atualizada em 29/06/2019 às 08h00min

Agronegócio carrega o Brasil nas costas

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA

Atualmente, na lista dos dez maiores exportadores agrícolas do mundo, quatro posições são ocupadas por países emergentes. O Brasil está no terceiro lugar, com uma fatia de 5,7% do mercado global, atrás apenas dos Estados Unidos (11%) e da Europa (41%). Esses dados são do levantamento feito pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

Toda e qualquer relação comercial e industrial que envolva a cadeia produtiva agrícola ou pecuária de um país compõe o seu Agronegócio. O termo origina-se na década de 1950, com o objetivo de integrar as operações envolvidas na manufatura e distribuição de insumos, na produção e operações de propriedades rurais, além do armazenamento e processamento de comodities.

O Agronegócio possui função social importante ao prover não só alimentos para a população, como também gerar emprego e renda. Ele produz diversos tipos de matérias-primas, oferecendo subsídios para confecção de roupas, produção de papel, móveis, biocombustíveis e medicamentos, por exemplo. Sem isso, outros pilares da economia do país entrariam em colapso e desmoronariam, comprometendo o seu crescimento.

No Brasil, o setor do Agronegócio é considerado o mais importante na economia nacional. Prova disso é que ele representou 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, retratando um aumento de 2,5% em relação ao ano de 2017. Distribuição, agropecuária, agroindústrias e insumos foram os maiores responsáveis por este resultado.

Apesar do crescimento exponencial nos últimos anos, as mudanças climáticas são um risco para a expansão produtora do país a longo prazo. O maior desafio é manter a produção no campo sem impactos ao meio ambiente, causados pelas queimadas, pelos agrotóxicos, pelo desmatamento e pela contaminação de mananciais e do lençol freático.

Já nas cidades, a preocupação é com o descarte do lixo gerado com o consumo, com foco nas embalagens plásticas, e sua reciclagem. Na quarta-feira (26), por exemplo, entrou em vigor no estado do Rio de Janeiro a lei que proíbe a distribuição e venda de sacolas descartáveis no comércio. A expectativa é que 1 bilhão de sacolas plásticas saiam de circulação em um ano.

Outra medida sustentável foi a expansão do uso dos biocombustíveis, pois são renováveis e menos poluentes, como o biodiesel e o etanol. O Brasil foi pioneiro a obrigar o uso de biocombustível, através da mistura do álcool na gasolina. Também foi o primeiro país a ter automóveis flex na sua frota – carros que usam dois tipos de combustível simultaneamente.

A modernização do agronegócio barateou o custo dos alimentos e deu maior poder de consumo e de escolha à população. Contudo, trouxe consigo vários problemas ligados às questões sociais. Nos países

pobres, a modernização foi excludente e deixou os pequenos e médios produtores à margem do processo, principalmente os agricultores familiares.

Para minimizar essa perda de competitividade dos pequeno e médios produtores perante os latifundiários, foi criado o Plano Safra da Agricultura Familiar. Com os empréstimos, o Governo assegura a permanência no campo das famílias proprietárias de pequenos negócios rurais, responsáveis por boa parte do abastecimento de alimentos no país.

O Ministério da Agricultura anunciou o Plano Safra 2019/2020 após a liberação do crédito suplementar de R$ 226 bilhões, aprovado pelo Congresso Nacional. Do total, R$ 223 bilhões são para o crédito rural, que beneficiará pequenos, médios e grandes produtores rurais. Neste ano, todos terão mais opções de financiamento.

Pensando estrategicamente, o governo precisa lutar contra o relógio para entregar as regras do Plano aos bancos que fornecem o crédito rural, uma vez que o ano-safra começa no próximo 1º de julho. Pela primeira vez, os recursos do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) poderão ser usados na construção e reforma de moradias.

Também é inédito o fato de os recursos para a agricultura comercial e familiar serem anunciados ao mesmo tempo. Graças às mudanças estabelecidas pelo presidente Jair Bolsonaro na estrutura dos ministérios, a agricultura familiar passou a integrar o Ministério da Agricultura e o anúncio foi feito conjuntamente.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defende que investir na agropecuária é “uma aposta na geração de emprego e renda, na segurança alimentar, no superávit da nossa balança comercial e na nossa prosperidade como nação”.

Por essas palavras, e com todas as outras deste artigo, podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que o Agronegócio ainda é a salvação do Brasil.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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