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20/06/2019 às 12h25min - Atualizada em 20/06/2019 às 12h25min

Líder supremo do povo

JOÃO BATISTA DOMINGUES FILHO
Povo brasileiro eleitor do Jair Messias Bolsonaro está orgulhoso de ser conservador e ter encontrado, por graça divina, seu líder supremo, conquistador da Presidência da República Federativa do Brasil. Sacralização desse capitão-presidente como salvador da pátria: elites socioeconômicas corruptas que nunca entregaram suas promessas, desde a Constituição Federal de 1988: liberdade, prosperidade e segurança à maioria dos brasileiros. Brasileiros receberam: desemprego crescente, dívidas e 60 mil homicídios por ano. Francisco Razzo ensina: “Na eleição do ano passado, o cidadão votou no primeiro que conseguiu oferecer uma resposta sobre a crise dos fundamentos da social.” (FSP, Ilustríssima, 02/06/2019,p.06). Desintegração dos valores que sustentam a relação entre a ordem social e a política elegeu como líder supremo Bolsonaro presidente do Brasil.

Ser conservador advém da crença cega em valores como: Deus ou tradição cultural. Daí o brasileiro orgulhoso de ser conservador em público e em ação no sistema político. Inimigos juramentados: progressistas democráticos com valores contrários: seres humanos são indivíduos solitários que existem por si próprios para conquistarem suas sobrevivências. Cada um a sua capacidade e expertise para escolher como será e é sua vida humana, finalizada pela morte, cujo mundo humano não possui nenhum sentido universal ordenador de sua existência.

Conservadores brasileiros não têm fé no Estado democrático e na divisão de Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, para lhes entregarem uma vida digna e justa, dado que o sistema político e essas instituições funcionam padrão Lava-Jato. Ineficientes para solucionar a pobreza; distribuição de renda; saúde; Previdência social sustentável; segurança e educação de qualidade do primário ao universitário, necessária para que o Brasil atracasse à quarta revolução industrial, há tempos em funcionamento pleno no mundo rico e desenvolvido. Deus e a cultura do povo, cuja onda conservadora brasileira pode conseguir gerar do ventre desse povo do bem, uma revolução populista autoritária para a salvação do Brasil, em crises múltiplas.

Governação presidencial bolsonarista depende da sua capacidade de equilibrar os conflitos endógenos de suas tropas de brancaleones divididas e em confrontos permanentes: os piedosos papagaios de Deus, os movidos por sentimentos transcendentes e religiosos em pendengas sem fim com os histriônicos, ridículos, esquizofrênicos berrando absurdos à frente do Ministério da Educação e das Relações Exteriores, com seus delírios expostos em termos de suas teorias históricas e culturais do que seja o Brasil brasileiro. Segurança total de que são portadores dessas verdades, que só existem em suas cabeças, dado que não precisam separar o que é fake do que é cientificamente verdadeiro. Só precisam do que sai das revelações messiânicas do capitão-presidente Bolsonaro, mimetizador do Trump. É trágico, mas poderia ser hilário se a democracia brasileira e suas instituições tivessem sucesso, desde a CF/88.

Liberais e progressistas democráticos do Brasil vivem sofrendo descapetamentos sistemáticos dos bolsonaristas. Esse conservadorismo à brasileira é uma jaboticaba amarga ofertada ao mundo rico e democrático, com aliança poderosa com Trump, presidente dos EUA, líder supremo mundial do humilde seguidor família-bolsonaro-olavista. Presidência Bolsonaro, em território brasileiro, introduz nos corações e mentes sua promessa, como líder supremo, de que vai realizar o milagre da consubstanciação no Brasil da nova ordem metafísica, moral e política para a felicidade dos seus crentes em prantos de alegria. Estratégia vencedora dos bolsonaristas explícita: guerra permanente aos impuros, aos não convertidos aos seus mandamentos por graça divina, dado que sobreviveu a facada, sinal divino de sua missão para o Brasil.

Aos inimigos da nação, o líder supremo Bolsonaro declara guerra permanente sem misericórdia ou perdão. Inimigo bom é inimigo extinto do sistema político democrático brasileiro. Com tutoria dada por Trump, Bolsonaro se torna pau mandado competente do Presidente dos EUA, expandindo seus podres poderes para a América Latina, cujo filho já é considerado uma liderança mundial, por essas bandas, do movimento conservador mundial.

Presidência Bolsonaro tem a missão divina: criar o novo ser brasileiro, cuja coesão da comunidade moral do Brasil está em construção: “Brasil acima de todos”, parido das entranhas da governação Bolsonaro.   


*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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