A Austrália pode não ser o país do Carnaval, mas por outro lado é o país que está dando samba na conscientização sobre as questões ambientais, não somente por ambientalistas, mas também por agropecuaristas.
O país está situado no hemisfério Sul, localizado na Oceania, possui extensão territorial de 7.741.220 km². Gastou em 2014, 5,2% do Produto Interno Bruto em Educação, 6,32% em Saúde, e a esperança de vida ao nascer e de 83,1 anos. Sua economia registra crescimento ininterrupto de seu PIB há quase 30 anos.
No último sábado, ocorreram as eleições presidenciais, e os pontos mais debatidos foram imigração, China e meio ambiente. Mas afinal, por que a Austrália está tão preocupada com meio ambiente? A resposta é simples, a atividade agropecuária corresponde a 5,2% do PIB australiano, e na última estação foi registrado o verão mais quente de sua história, e esse calor extremo impactou os resultados, causando prejuízos na área urbana e rural. Houve região que registrou a morte de aproximadamente meio milhão de cabeças de gado devido às fortes enchentes. Os estragos foram proporcionais na área urbana.
Com a ocorrência desses prejuízos, a Farmes for Climate Action (Fazendeiros pela Ação Climática) fez campanhas para que todos os candidatos se comprometessem a realizar ações efetivas em prol do meio ambiente, e espera-se que as ações sejam realizadas pelo candidato vencedor.
No Brasil, a situação é bem diferente, porque ainda não estamos com essa consciência. Sinal recente dessa afirmativa é o caso das empresas automobilísticas que estão inserindo o carro elétrico no país. Mas, ao invés de anunciá-lo como um carro com conceito ecologicamente correto, as empresas optaram por trazer o conceito de vaidade, transformando-o em um objeto de desejo, assim como era nas propagandas de cigarros na década de 1990. Atrelando o carro elétrico ao glamour, acredito que sua inserção será melhor.
O Brasil é o 4º maior exportador mundial, líder na exportação de produtos agropecuários, como açúcar, soja, café, suco de laranja, celulose e carne bovina e de frango, tendo que ser a cada dia mais competitivo, não somente na questão de aumentar a produção, mas também na de usar de forma sustentável os recursos que temos à disposição. E devemos tratar como aliadas e não como “tormento” nossas riquezas naturais, que contribuem de forma significativa para os ganhos de produção.
Isso é possível?
É só analisar o caso da Holanda, um país menor que o estado do Rio de Janeiro, mas que é o segundo maior exportador de produtos agropecuários do mundo, da Alemanha, que é do tamanho aproximado do estado do Mato Grosso do Sul, em terceiro lugar, e os Estados Unidos, em primeiro.
Para a Austrália, foi necessário sentir no bolso para haver a conscientização. Aqui no Brasil já sentimentos estes efeitos climáticos e também no bolso, mas ainda não somos convencidos que temos que ter um carro elétrico não por vaidade, mas por necessidade de contribuirmos cada dia mais com meio ambiente.
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