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09/05/2019 às 09h16min - Atualizada em 09/05/2019 às 09h16min

O acesso e a esperança

TIAGO BESSA
 
No último domingo, o Verdão conquistou novo acesso à elite do futebol mineiro, depois de derrotar o Serranense por 3 x 0. Digo "elite" por força do hábito, pois todos sabemos que este campeonato tem dois donos (eventualmente três) que se revezam com a taça nas mãos. Torcedor feliz - principalmente o uberlandense médio que ocupa as numeradas somente quando o time vai bem -, patrocinadores felizes e empresários dos jogadores de olho grande em busca de contratos melhores para seus assessorados.

Mas o que podemos esperar do UEC para 2020, uma vez que não há mais calendário para o time em 2019? Será mais um acesso com passaporte para a agonia de não descer de novo em 2020? Como será a montagem do elenco da próxima temporada? Quais os critérios para a escolha do novo elenco: "cardápio" de grupos de empresários, jogadores escolhidos a dedo de acordo com a realidade financeira ou responsabilidade jogada nas costas dos garotos da base? São questionamentos que o VERDADEIRO torcedor, aquele do bronzeado forçado e da roupa molhada, fará até a revelação homeopática dos novos nomes para 2020.

Por falar em garotos da base, eles estão de PARABÉNS! Além do Verdinho que lidera o estadual da categoria, os que serviram à equipe profissional no Módulo II honraram sua profissão, o esporte e, principalmente, a camisa esmeraldina. Merecem uma oportunidade para o próximo ano e que alcem vôos bem altos em suas carreiras!
 
ELITIZAÇÃO DA TORCIDA
 
Que Uberlândia tem um histórico elitista/racista, todos que empenham tempo de pesquisa sobre sua história sabem. Uma cidade forjada pelo suor e sangue do pobre e do negro, mas com louros colhidos pelos "doutores" que nomeiam logradouros e monumentos não poderia ter um presente diferente. Levar isso para o futebol, um esporte popular e (que deveria ser) agregador, é que é inaceitável. CINQUENTA REAIS por um ingresso das numeradas é uma nítida evidência da proposital exclusão dos menos favorecidos aos lugares de pior visibilidade do jogo na final.

É a expressão da vontade prevalecente do uberlandense médio (para não dizer medíocre), que claramente não gosta de "se misturar" a quem, segundo eles próprios (risos), não está no seu patamar social.

Fico na geral, então, para não me misturar aos superiores a mim (mais risos)!
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