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17/04/2019 às 09h49min - Atualizada em 17/04/2019 às 09h49min

'Dumplin'

KELSON VENÂNCIO
Foto: Divulgação
Para muitos que assistem apenas o trailer de “Dumplin”, em cartaz na Netflix, acham que o longa é apenas mais uma daquelas comédias feitas sobre adolescentes e somente para esse público. Mas o filme passa bem longe disso, apesar de tratar de um tema bastante comum nessa fase da vida: o bulling sofrido pelas pessoas que estão acima do peso. Quantas vezes já fomos chamados de gordinhos, fofinhos e outros diversos apelidos que nossos colegas nos colocam quando estamos fora de forma ou do padrão da adolescência? Se você nunca sofreu com esse tipo de "preconceito" é porque não se enquadra nesse perfil. Mesmo assim, tenho certeza que já viu alguém sofrer ou fazer isso.

“Dumplin” não deixa de ser uma comédia, já que tem momentos cômicos em sua narrativa. Mas este filme está mais para o drama do que para uma produção engraçada. O tema é bem explorado em um roteiro consistente e atraente, apesar de ser leve e gostoso de acompanhar. A premissa é tão comum, especialmente nos dias de hoje, mas ao mesmo tempo nos faz pensar muito sobre o que se trata. A trama é tão profunda que nos faz refletir o tempo todo e até nos colocar no lugar da protagonista. A sociedade nos cobra um corpo perfeito. Mas “Dumplin” nos mostra que as pessoas são muito mais do que uma casca. Elas têm qualidades, têm sentimentos, sofrimentos, alegrias, têm alma! E precisam ser respeitadas acima de tudo.

O filme ainda fala sobre outros tipos de preconceitos, como a homossexualidade. É um tapa na cara daqueles que em algum momento da vida pensaram algo ruim sobre o próximo por causa do corpo, da cor da pele, do gênero. Ainda mostra o poder da amizade em situações difíceis e da capacidade de amar, independentemente da aparência. Ao fim, pensamos "como um filme tão leve, pode ao mesmo tempo tratar de algo tão profundo"?
Dumplin tem também uma ótima e empolgante trilha sonora, basicamente formada pelas canções de Dolly Parton, com letras fortes que têm tudo a ver com a trama em diversos momentos da projeção.

Mas temos de destacar principalmente as atuações de todo o elenco. Especialmente das atrizes principais. Jeniffer Aniston faz a mãe que no passado foi Miss e atualmente organiza o concurso de beleza mais tradicional da cidade. Danielle McDonald dúvida faz uma interpretação brilhante na pele da adolescente Willowdean Dickson, a garota acima do peso em questão. A jovem atriz simplesmente rouba as cenas do longa e consegue nos fazer apaixonar pela personagem com o seu jeito fantástico de interpretar a filha "gordinha" de uma mulher que durante toda a vida trabalhou com a busca do corpo perfeito. Os conflitos entre elas levam a garota a bater de frente com a mãe e com a sociedade.

O filme poderia ser um pouco menor, em alguns trechos temos a impressão de que estão "enchendo linguiça". Tirando isso, com certeza este é um dos melhores filmes sobre preconceito que já assisti. Dá para fazer uma boa reflexão e se divertir muito ao mesmo tempo.
Nota 8
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