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12/04/2019 às 08h27min - Atualizada em 12/04/2019 às 08h27min

Sozinho ninguém faz nada

CELSO MACHADO
Depois de ter apanhado um bocado, uma coisa que aprendi na vida é que uma pessoa sozinha não faz nada. Tudo que alguém consegue fazer é com a ajuda, apoio e a aprovação de outros. Até porque qualquer iniciativa para fazer sentido vai causar impacto em alguém ou em muitos. O homem é por essência um ser coletivo. Suas ações interferem na vida daqueles com quem convive, como igualmente é afetado pelas deles.

Recordo sempre das observações provocativas de um amigo muito culto que me dizia que nem bandido é capaz de roubar sozinho. Sempre vai necessitar da ajuda de alguém que colabora com ele, de quem vai lesar, se omite ou até mesmo é alvo das suas falcatruas. Se o mal nunca é solitário, a bondade por consequência também.

Quem faz o bem, além do auxílio de outros, depende essencialmente de quem receberá o benefício de sua iniciativa. Bem que não acrescenta nada para ninguém nunca chega a ser um bem verdadeiro. Não é modéstia, mas uma questão de coerência, por mais que sinta lisonjeado muitas das iniciativas que me atribuem não considero exclusivamente minhas.

Estou me referindo às públicas que envolvem empresas, instituições, pessoas. Não sou eu quem faço. Quem as faz de verdade são todos que as apoiam, financiam, aprovam, prestigiam. Possibilitam. Tomo iniciativas, mas essas realizações dependem fundamentalmente de terceiros. E, para não passar a imagem de uma excessiva humildade, preciso deixar claro que causas coletivas exigem contribuições e participações de todos os envolvidos.

Vejam o caso dos diferentes conteúdos do “Uberlândia de Ontem e Sempre”. Seja programa de tevê, almanaque, museu, livro, homenagens etc, seriam impossíveis de serem realizadas se não houvesse quem as apoiassem de todas as formas. Patrocinando, prestigiando, trabalhando, enfim compartilhando de suas realizações.

Além do mais a atribuição de uma obra unicamente a uma pessoa pode levar a um equívoco sério, que a causa é dela e não da comunidade por ela beneficiada. Ninguém faz nada sozinho é um fato. Isso não diminui iniciativas, ideias, realizações. Até porque uma habilidade relevante é a capacidade de sensibilizar os outros para que se unam aos nossos projetos.

E principalmente conseguir formar um time, onde todos indistintamente unam esforços em torno do objetivo comum. Sem estrelismos, nem comparações. No meu caso, sempre faço questão de frisar porque é a mais absoluta verdade, dos méritos que eventualmente me atribuem, o que considero mais concreto é minha capacidade em reunir pessoas muito mais competentes do que eu para ajudarem a viabilizar minhas iniciativas.
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