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09/04/2019 às 09h01min - Atualizada em 09/04/2019 às 09h01min

O “sonho americano” real

LEANDRO TELES | ASSESSOR IMOBILIÁRIO
O investimento feito por brasileiros em imóveis no exterior saltou 240% no período entre 2007 e 2017: de US$ 1,8 bilhão para US$ 6,3 bilhões. Desse total, 33% - o equivalente a US$ 2,1 bilhões – foram realizados nos Estados Unidos, que ainda é o país mais procurado para fazer esse tipo de aporte, de acordo com os Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), organizado pelo Banco Central.

Um estudo realizado pela Forbes, um dos veículos de comunicação mais respeitados do planeta, indica o porquê de Orlando ser uma das cidades mais procuradas para a compra de imóveis. Uma lista realizada pela revista colocou a cidade como a número 1 dos Estados Unidos para se investir no mercado imobiliário. Conforme a pesquisa, o preço das casas saltou 9% em 2017 – e a expansão estimada para os próximos 3 anos é de 35%. Outras três cidades da Flórida também aparecem na lista das 5 melhores dos EUA: Palm Beach Country, Fort Lauderdale e Tampa.

Com um olhar mais local, a Orlando Regional Realtor Association (ORRA - Associação de Corretores Regional de Orlando) mostrou que, na comparação entre 2018 e 2017, a média de crescimento dos imóveis foi de 5,7%, com o valor saindo de US$ 220 mil para US$ 232,5 mil. Os motivos que levam os brasileiros a investir em casas no estado da Flórida são muito simples: a valorização do imóvel e a possibilidade de locação, que também está em ascensão, tanto para brasileiros quanto para pessoas de outras nacionalidades que visitam a cidade.

Se for feito um comparativo mais longo, é possível entender como os investidores se beneficiaram com o aporte em imóveis, sobretudo em Orlando. O preço médio de um imóvel na cidade cresce há 91 meses consecutivos, de acordo com a ORRA. Em média, um investimento feito em julho de 2011 teria se valorizado 96% em 2019. No Brasil, nos últimos cinco anos, o ganho foi de 35%.

De janeiro a setembro de 2018, 95,8 milhões de pessoas visitaram a Flórida, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2017, quando o total de visitantes atingiu 118,8 milhões. Somente no terceiro trimestre, 3,2 milhões de turistas estrangeiros (incluindo os canadenses) estiveram no estado americano. Segundo o Visit Orlando, a cidade isoladamente teve 72 milhões de visitantes em 2017.

Ou seja, o número de pessoas em trânsito ou com passagens rápidas por Orlando é uma ótima maneira de rentabilizar os imóveis. Grande parte dessas pessoas procura uma estadia mais barata e que ofereça mais conforto e qualidade do que um quarto de hotel. Assim, os donos de casas de férias aproveitam esse contexto para viabilizar o seu imóvel na Disney. As hospedagens, devido à proximidade com a Disney, se mantêm em alta durante todo o ano.

Os brasileiros têm a possibilidade de até mesmo encontrar financiamento em bancos americanos. A média de juros cobrada varia de 4% a 6%, com pagamentos que podem ser feitos em até 30 anos. Os impostos sobre os imóveis também são considerados baixos: aproximadamente 1,7% do valor da propriedade. Hoje, empresas dão o auxílio necessário para que o investidor faça a compra, basta apenas ter um visto válido para os EUA, incluindo o de turista.
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