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29/03/2019 às 10h48min - Atualizada em 29/03/2019 às 10h48min

Futuristas ou presentistas?

CONRADO SCHLOCHAUER | EMBAIXADOR DA SINGULARITY UNIVERSITY EM SÃO PAULO
São conhecidos como futuristas os profissionais dedicados à tarefa de “prever” como será o futuro. Não os confunda com videntes, nada disso. Os futuristas elaboram cenários possíveis considerando as incríveis mudanças pelas quais a sociedade tem passado nas últimas décadas, dado o avanço tecnológico. Esses cenários ajudam – por exemplo – a guiar as empresas no desenvolvimento de produtos e serviços que poderão interessar aos consumidores daqui a dez, 20 ou 30 anos. Pois durante o Uberhub Exponential Meeting, evento realizado pela representação da Singularity University em Uberlândia, na última terça-feira, um palestrante cativou a atenção da plateia ao se autodeclarar um “presentista”. Conrado Schlochauer, empreendedor focado em soluções ligadas à educação e à aprendizagem, destacou que por mais que adore imaginar o mundo das próximas décadas, têm dedicado a maior parte da sua energia a pensar no que é possível fazer hoje, com as tecnologias e conceitos que já estão disponíveis. “Eu honro as tecnologias do presente mais do que quero saber quando Elon Musk chegará a Marte”, disse, referindo-se ao empreendedor americano famoso por suas investidas aeroespaciais. “Já temos futuro suficiente. Ele só está mal distribuído”.

Um encontro singular
A avaliação geral do Uberhub Exponential Meeting, aliás, foi positiva. Sob a batuta de Anna Paula Graboski, embaixadora local da Singularity University, e o envolvimento de várias empresas e entidades do ecossistema de inovação da cidade, o evento reuniu cerca de 400 pessoas. Pessoalmente ou à distância, representantes da icônica instituição de ensino sediada em uma base de pesquisa da Nasa, no Vale do Silício, passaram o dia discutindo sobre inovação com os participantes. Os destaques ficaram por conta das soluções de impacto. Um exemplo, o teclado que permite que pessoas com deficiências motoras usem computadores – e se comuniquem. Palmas para a Key2Enable, que desenvolveu a tecnologia.

Inovação presente...
A Aviva – empresa resultante da fusão entre Rio Quente Resorts e Costa do Sauípe, ocorrida no ano passado – decidiu comemorar os dez anos da criação do seu programa de inovação abrindo a casa para as startups da região. Até aqui, o programa se focou no desenvolvimento interno (pelos próprios colaboradores) de soluções para os desafios do dia a dia da empresa. Quem tivesse uma boa ideia era convidado a cadastrá-la em uma plataforma, para que fosse avaliada por um comitê e depois desenvolvida. Essa “caixa de sugestões” digital juntou mais de 16 mil ideias de 2009 para cá, e a implementação delas rendeu ganhos de R$ 55 milhões para o grupo desde então. Mas diante do surgimento de serviços que têm mudado a forma como as pessoas viajam e se hospedam – com destaque para sites como o Airbnb, que estabeleceram uma ruptura importante no setor – é preciso dar mais um passo. “E entendemos que esse passo é caminhar para a inovação aberta”, diz Miguel Diniz gerente de Estratégia e Inovação da Aviva.

...e aberta
Para marcar esse movimento, o evento que celebrará a primeira década do programa de inovação da Aviva contará com uma pequena feira em que as startups poderão apresentar seus produtos e serviços. Eles não precisam ser diretamente ligados ao setor de turismo, mas serão privilegiadas as soluções que ajudem a melhorar a experiência dos viajantes – sejam elas relacionadas à busca por um destino, à compra de passagens, à reserva de hospedagem ou até ao check-in e o checkout em um hotel. Aos interessados, as inscrições para participar do evento (aqui:
https://pt.surveymonkey.com/r/HFQBS7S) seguem até 5 de abril. As apresentações ocorrerão em 10 de maio. Um dado importante: a Aviva pretende investir cerca de R$ 1 bilhão na expansão dos seus negócios até 2025, e tecnologia terá uma fatia desse bolo.

Em busca de anjos
Assim que recebeu o aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar como uma plataforma eletrônica de investimento participativo, a Upangel colocou o sistema para funcionar. Grosso modo, trata-se de uma espécie de “bolsa de valores de startups”. Por meio dela, a expectativa dos fundadores – todos uberlandenses – é de que jovens empresas possam buscar investimentos no mercado para conseguirem alavancar seus negócios. A Adsrock, voltada para marketing digital, é a primeira a captar recursos por meio da Upangel. Uma cota de participação na empresa custa R$ 350. Até agora, ela levantou cerca de R$ 157 mil. O objetivo é chegar a R$ 350 mil.
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