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22/03/2019 às 09h29min - Atualizada em 22/03/2019 às 09h29min

Celsices 6.8

CELSO MACHADO
No próximo domingo alcanço a marca 6.8. Como todos que vão ficando “menos novos” não me vejo com a idade que tenho. Não digo isso porque o tempo não venha deixando seus sinais, mas porque o modelo mental tem resistindo bem.
 
Gosto e muito de registrar, relembrar e compartilhar histórias, lições e experiências vividas. Aprendo sempre com elas e descubro sinais que me permitem entender melhor muito do que vivi, mas não observei cuidadosamente. Considero que essa admiração pelo passado está bem equilibrada em relação ao que penso, planejo e programo para o futuro.
 
E não se trata de falar que tenho sonhos, porque sempre os tive e não seria a idade que acabaria com esse hábito. Graças a Deus a criatividade não tem sido afetada. O que o passar dos anos modificou foi que, além de sonhar tenho dedicado igual tempo em realizar. Ou pelo menos tentar tornar projetos em realidade.
 
Com a idade vamos aprendendo a dosar nossas energias, não apenas no aspecto físico, mas igualmente nas empreitadas que nos lançamos. Mesmo assim sou obrigado a reconhecer, mesmo que isso pouco mude nos meus hábitos, que ainda continuo com um ritmo profissional superior ao que deveria ter.
 
Não é fácil deixar de lado o que nos gratifica e realiza. Questões de falta de controle, para ser carinhoso comigo. Muita coisa mudou e tem mudado na minha vida. De algumas sinto falta, principalmente de tantas pessoas queridas que se foram. De outras acho muito bom que tenham ficado no passado, especialmente aquelas que era obrigado a tolerar e fazer, mesmo contrariado.
 
O que não mudou e acredito que nunca vai mudar é a satisfação que sinto em conhecer pessoas. Conviver com gente, ouvir, registrar e contar histórias. Seja aqui, na TV, no Facebook, onde for, ter quem nos acompanha e estimula. Refletindo sobre alterações no comportamento avalio que fiquei menos apressado, mais paciente, tolerante e ...acomodado.
 
Fujo de brigas, confusões, encrencas e som alto. Não me interessa mais ganhar discussões, até mesmo envolver nelas. Não quero estar certo, ser o dono da razão, saber mais do que os outros. Adoro viajar, pra perto ou longe não importa, mas com dia certo para voltar.
 
Gosto de calçar sapato sem meia, usar bermuda e saborear uma cerveja. Ultimamente tenho aprendido a apreciar um vinho e as boas companhias que normalmente o acompanham. Acordar cedo, fazer minhas ginásticas, frequentar o Cajubá. Para tristeza de muitos, desespero de alguns e reprimenda de poucos, continuar jogando minhas peladas duas vezes por semana.
 
Se possível ser útil ou pelo menos estorvar pouco. Raramente chego atrasado. Cada vez mais adoro curtir minha família, os amigos, as pessoas do meu convívio e conhecer outras.
 
Mas confesso que me agrada ter meus momentos solitários para pensar sem pressa, conversar comigo, orar e agradecer tanto que a vida tem me dado. No fundo, de verdade, chego aos 68 como sempre fui: brega, tranquilo, bem-humorado, contente. E isso, como nós mineiros costumamos dizer, já está bom demais da conta!
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