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20/03/2019 às 12h58min - Atualizada em 20/03/2019 às 12h58min

'Capitã Marvel'

KELSON VENÂNCIO
Foto: Divulgação
Sempre digo que grandes expectativas podem trazer grandes frustrações. Desde que surgiram as primeiras notícias do filme da “Capitã Marvel” e especialmente depois do final de “Vingadores - Guerra Infinita”, todos os fãs deste universo esperavam ansiosos por este filme. É que diante da destruição causada por Thanos e da derrota deste grupo de heróis para este vilão espetacular, todos nós aguardávamos uma super-heroína poderosa capaz de derrotar o Titã louco que ficou marcado para sempre em nossas memórias. E foi exatamente por isso que o hype de “Capitã Marvel” sempre foi altíssimo. E talvez esse tenha sido o maior problema para quem assistiu ao filme dela.

O roteiro é arrastado demais e confuso no início. Somos apresentados a heroína em um treinamento, com diálogos rasos apenas para justificar uma cena lá no final do filme. Em seguida, ela e seus "companheiros" vão a alguns planetas guerrear com os Skrulls e no meio disso tudo aparecem lembranças para que o público comece a entender o que aconteceu com a personagem principal. Mas estes flashbacks não funcionam bem, pelo menos até a metade da projeção. E quando ela vai para a Terra, a gente pensa que o filme vai começar. Mas infelizmente isso não acontece.

A história que vemos não faz jus ao que estamos acostumados a ver nos outros ótimos filmes da Marvel. O roteiro traz contradições nos mostrando um Nick Fury diferente daquele que já conhecemos. O personagem de Samuel L. Jackson é o alívio cômico do longa e muitas vezes faz piadas bobas, que em sua maioria não cabem no contexto da trama.

As interpretações deixaram a desejar. Apesar de parecer mais o bobo da corte neste filme, a melhor atuação é de Jackson. O resto é difícil de engolir. Jude Law está péssimo. Annette Bening faz o dever de casa nas poucas cenas que aparece. Mas para quem esperava que a Brie Larson iria arrebentar na pele de Carol Danvers ficou frustrado. A atriz não consegue cativar o público e parece nem ter expressões dignas da maior super-heroína da Marvel. Apesar do filme passar uma boa mensagem sobre a perseverança de quem nunca desiste apesar dos obstáculos, Brie não convence em momento algum.

Para piorar, o filme tem uma maquiagem horrível, em especial com os Skrulls que parecem foliões vestidos de máscaras de Carnaval, no pior estilo "Inimigo Meu". A direção é bem razoável e os efeitos especiais não ajudam. Confesso que se não fossem a cena de abertura antes de começar o filme, a primeira cena pós-crédito e os 20 minutos finais, em que finalmente vemos o poder da Capitã Marvel, mesmo aparecendo repentinamente, eu daria nota quatro para este filme. Mas no terceiro ato, apesar destes poderes serem mostrados com algumas destruições de naves e não com um vilão à altura, a Capitã Marvel acabou tendo a nota um pouquinho maior.

E muita gente que gostou justifica dizendo "você tem de entender que é um filme de origem e por isso não tem muita ação". Eu discordo. Um ótimo exemplo em minha defesa é o excelente filme da Mulher Maravilha que também é de origem e no entanto foi o melhor filme da DC Comics até agora.

SPOILER:

Além disso, para quem imaginava que o Nick Fury iria perder o olho numa batalha em uma cena emocionante, ver o que aconteceu é inacreditável. Definitivamente “Capitã Marvel” está bem aquém, pelo menos por enquanto, de ser a heroína que vai salvar os Vingadores de derrotar o poderoso Thanos. Tomara que em O Ultimato ela resolva calar nossas bocas né?

Nota 6 (pelos 20 minutos finais)
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