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13/12/2018 às 08h41min - Atualizada em 13/12/2018 às 08h41min

Por favor, devolvam Jesus para o natal

MARIÙ CERCHI BORGES | PROFESSORA
Vai longe o tempo em que a humanidade reverenciava uma criança que, segundo diziam, veio ao mundo como verdadeiro Filho de Deus. Essa crença encontra nos Livros Sagrados a verdadeira explicação do fato histórico: conta-nos que, no tempo de Herodes, nascera em Belém de Judá uma criança que seria o Cristo Jesus, salvador da humanidade. Tal história teve o seu início quando César Augusto, através de um decreto, ordenava que fosse feito um recenseamento e que todos os habitantes da terra deveriam se alistar, cada qual na sua cidade de origem, para que se cumprisse tal determinação. Vindos de bem longe, Maria, prestes a dar à luz e seu esposo José, por falta de alojamento na pequena cidade de Belém, se acomodaram numa manjedoura, lugar onde nasceria, pobremente, o Filho de Deus. E assim, se cumpria a verdadeira história que, há mais de dois mil anos, encanta a humanidade. Durante vários séculos, celebrar o Natal consistia no culto a esse menino, verdadeiramente Filho de Deus. Conta-nos o Livro Sagrado que, na Noite Santa do nascimento de Jesus, anjos vindos do céu entoavam cânticos de louvor à criança recém-nascida e, como era comum na época, ali pelos arredores da cidade, pastores que cuidavam das suas ovelhas, guiados pelo esplendor da estrela, se ajoelharam frente tal criança para adorá-la. No ar, o frescor do nardo perfumava a madrugada que despontava, e, lá do Oriente, os três Reis Magos, guiados também pelo esplendor da estrela, encontraram a criança e, pondo-se de joelhos, adoravam o menino, ofertando-lhe exóticos presentes.  

Mas com o passar do tempo, outros valores foram compondo, de forma bem diferente, o verdadeiro enredo da chegada do Filho de DEUS ao mundo. O cenário já era outro. Surge, magicamente, um envolvente e encantador velhinho de barbas brancas, trajes vermelhos, dirigindo velozmente um trenó, trazendo consigo um enorme saco cheio de presentes para as crianças. Surgia assim a figura do Papai Noel encantando, ainda mais, a magia dessa abençoada noite! O secular velhinho descia, apressadamente, montanha abaixo, abrindo caminhos, enfrentando a forte nevasca que cobria de branco árvores, montanhas, rios e estradas.

Nada era obstáculo para o velhinho, que precisava, antes que o dia amanhecesse, descer pelas chaminés das casas para levar presentes, não mais ao Deus - Menino, como o fizeram os Magos, mas atendendo a um apelo do comércio cada vez mais ávido de lucros.

E assim, o simpático velhinho, aos poucos, foi ocupando o lugar de Jesus e, a partir de então, pouco ou quase nada se fala daquele, que naquela Noite Santa, nascia para trazer a paz e a salvação para a humanidade. Não é justo permitir que esse simpático velhinho, numa ilusória euforia, venha roubar dessa história, a sua verdadeira razão de ser.

Fica então, um apelo: devolvam Jesus para o seu verdadeiro papel no contexto da nossa salvação. Não podemos aceitar passivamente o descompromisso para com a verdadeira história da vinda de Jesus ao mundo. E mais, não podemos permitir que a idolatria de nossos dias sufoque a nossa capacidade de reflexão conduzindo-nos a viver na superficialidade de uma vida vazia de Deus.  Vivamos o Natal de 2018 com muita fé, alegria e esperança, desde que não nos esqueçamos de que Deus nos inseriu, de corpo e alma, no seu projeto de salvação: crer nessa realidade será o nosso eterno Tabor.
 
 *O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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