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10/10/2018 às 09h15min - Atualizada em 10/10/2018 às 09h15min

'Venom'

KELSON VENÂNCIO
Infelizmente, depois de muita expectativa podemos dizer: “Venom” é ruim! Sim, o filme, pra começar, é arrastado, com um roteiro fraco, interpretações medianas e efeitos especiais arcaicos para um personagem da Marvel.

San Francisco, Estados Unidos. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.

Se um filme não tem um bom roteiro, na maioria das vezes, geralmente ele não é atrativo. Mesmo com outras características marcantes, sem uma boa história parece que nada mais funciona. A premissa de Venom é sem dúvida mais uma daquelas que não te causam muito interesse. Além de ser muito arrastada e até cansativa, a narrativa deste filme não convence. É muito superficial nos mostrando a ideia maluca de um riquinho que quer usar simbioses alienígenas para se misturar com o organismo humano para poder viver em outros planetas. Sim, é isso mesmo que você leu.

O diretor Ruben Fleischer até tenta se aprofundar no personagem Eddie Brock enquanto ele ainda não se transformou. Somos apresentados a um repórter ousado (e malhado ao mesmo tempo) que diante de sua ousadia acaba perdendo tudo e se transformando num fracassado. Algo meio clichê e que poderia ser mais resumido já que o Venom só aparece de fato depois de praticamente uma hora de projeção. E quando aparece surge de uma forma pouco atraente. Temos a impressão de assistir a um desenho animado do simbionte da década de 90. Os efeitos especiais são muito ruins, seja quando ele está gigante no meio dos embates (o que quase sempre acontece no escuro para disfarçar os CGIs fracos), ou quando é apenas uma manchinha bem malfeita rastejando pela parede.

O longa ainda nos traz inúmeras piadinhas fracas que pioram a narrativa e em alguns casos deixam o filme à beira do ridículo. E quando pensamos que Venom seria um anti-herói daqueles perigosos e malvados, ele acaba se transformando numa espécie de animal esquisito, com o apetite exagerado querendo comer tudo vivo que vê pela frente, um bichinho de estimação de Eddie Brock que no início é uma ameaça para o mundo, mas que no terceiro ato se torna um bicho-papão bonzinho, salvador do planeta terra e da humanidade. Ah, e que vai lutar com seus comparsas alienígenas que querem dominar o planeta.

Nem mesmo a cena pós-crédito agrada. Pelo contrário, apesar de revelar que outro derivado do Homem-Aranha vem por aí, não convence em nada. “Venom” até serve como diversão pra quem não tem mais nada pra fazer. Mas só neste caso.

Nota 4
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