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05/04/2018 às 16h36min - Atualizada em 05/04/2018 às 16h36min

'Aniquilação'

KELSON VENANCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

Aniquilação é uma adaptação de um best-seller de Jeff Vandermeer, primeiro da trilogia dita da “Área X”, que durante muito tempo foi aguardado pelos fãs que esperavam com ansiedade o lançamento do filme nas telonas. Mas a produção foi cancelada pelo estúdio saindo do calendário de lançamentos do cinema. Porém, a Netflix apostou no longa e o colocou à disposição dos clientes no serviço de streaming.

O filme gira em torno de uma bióloga (Natalie Portman) que se junta a uma expedição secreta com outras três mulheres em uma região conhecida como Área X, um local isolado da civilização onde as leis da natureza não se aplicam. Lá, ela precisa lidar com uma misteriosa contaminação, um animal mortal e ainda procura por pistas de colegas que desaparecem, incluindo seu marido (Oscar Isaac).

O cineasta Alex Garland vem fazendo bons trabalhos quando o assunto é ficção científica. Ele foi o roteirista de “Extermínio” e do remake de “Dredd” e estreou na direção com o pé direito com o ousado e interessante “Ex Machina”, vencedor do Oscar de melhores efeitos visuais. Nesta sua nova empreitada, ele foi até mais ousado que seus projetos anteriores. Na verdade, diria que foi tão ousado que exagerou em sua viagem científica.

A narrativa do filme é bem interessante e consegue no início prender a atenção do público que fica bastante curioso para saber o que é que está sendo contado e as possíveis revelações que ainda estão por vir. Sim, o filme é considerado extremamente culto e muito complexo, a ponto de merecer inclusive um bom debate após os créditos finais. O roteiro é cheio de analogias, principalmente à temática em volta da autodestruição do ser humano.

E é justamente por isso que Aniquilação gera polêmicas entre os espectadores. De tão culto fica chato, acredito eu. Mesmo com uma bela fotografia, o filme se torna meio nonsense para maioria das pessoas que assistem, especialmente aqueles que achavam que iam encontrar no longa um bom entretenimento.

No fim das contas, eu diria que se você quiser se aprofundar num amplo debate científico, analisando as inúmeras metáforas que existem na história e gastando um bom tempo para discutir as várias relações que a narrativa tem com a vida real, pode ser que ache o filme excelente. Mas se você quer apenas se divertir, sem ter que gastar muitos neurônios tentando entender essa viagem de Alex Garland, procure outro filme para ver.

Nota 5
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