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14/03/2018 às 10h37min - Atualizada em 14/03/2018 às 10h37min

'A forma da água'

KELSON VENÂNCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

“A Forma da Água” é, sem dúvida, um bom filme. Mas, em minha opinião, foi supervalorizado, especialmente no Oscar 2018, já que foi indicado em 13 categorias e ganhou duas das principais: Melhor Diretor e Melhor Filme. Não que os outros concorrentes sejam bem melhores que ele, mas digamos que este ano nenhum dos indicados foi perfeito.

O longa se passa na década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate, ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).

A premissa mistura dois gêneros que o diretor e roteirista Guillermo Del Toro adora abordar em seus filmes: drama e fantasia. O roteiro é uma verdadeira viagem como se fosse uma poesia na telona. O filme até recebeu aclamação da crítica, mas teve uma performance fraca nas bilheterias.

Muitas opiniões divergentes do público em relação à obra de Del Toro. Eu particularmente concordei com algumas das indicações que recebeu - como melhor roteiro, que apesar de ser bastante fantasioso, me agradou já que gosto de viajar bastante no mundo da sétima arte.

As atuações no filme também agradam. No caso da atriz principal Sally Hawkins, sem dúvida foi o melhor papel da carreira dela que interpreta uma muda que se apaixona pela criatura presa e usada como cobaia. Hawkins está excelente e mereceu a indicação na categoria de Melhor Atriz. Já o restante do elenco também foi supervalorizado. Richard Jenkins e Octavia Spencer, ambos indicados a melhor coadjuvante, não fazem nada excepcional para merecer as indicações.

O filme tem sim uma bela fotografia, um bom figurino, uma ótima trilha sonora e até mesmo uma maquiagem que agrada bastante. Sem contar a direção espetacular do próprio Guillermo Del Toro, que é um dos meus diretores prediletos e que levou a estatueta de Melhor Diretor para casa. Mas como um todo, “A forma da água” está mais para uma “Sessão da Tarde” bem caprichada para ganhar prêmios na temporada. Sem contar que o fim não me agradou tanto.

Nota 8
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