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23/01/2018 às 17h09min - Atualizada em 23/01/2018 às 17h09min

'A morte te dá parabéns'

KELSON VENANCIO | COLUNISTA
Foto: Divulgação

O cinema sempre explorou um tema bastante curioso e interessante que sempre chamou a atenção de quem gosta de colocar a imaginação aflorada quando assiste uma produção cinematográfica. Eu estou falando da "mágica" fórmula (que na maioria dos filmes nem é explicada) de voltar no tempo e ter uma nova chance de reviver uma determinada situação. Foram vários que assistimos com essa temática e felizmente a maioria deles muito boa.

Dos que eu me lembro estão o clássico "Feitiço do tempo", que inclusive é citado no fim deste filme da crítica em questão, "No limite do amanhã" com Tom Cruise que eu particularmente adoro e outros como “Naked” (Netflix) e “Antes que eu vá”. Agora esta mesma fórmula é repetida, talvez pela primeira vez no gênero terror, em "A morte te dá parabéns". E felizmente o resultado final é muito bom.

A história gira em torno da adolescente Tree (Jessica Rothe) que é uma jovem estudante que trata mal os meninos, desdenha das amigas e não parece estar disposta a atender as ligações do pai no dia do aniversário dela. No fim do mesmo dia, no entanto, ela é brutalmente assassinada por um mascarado. Acontece que ela "sobrevive", ou melhor, acorda no mesmo e fatídico dia, numa espécie de looping macabro, que termina sempre com a morte da garota. Repetir, seguidamente, o mesmo dia, por outro lado, dá a Tree a chance de investigar quem a está querendo morta e o porquê.

O roteiro é muito bem desenvolvido e funciona bem em um filme de terror mostrando as mesmas situações daquele mesmo dia na vida da protagonista, quase sempre com o mesmo desfecho. E é justamente por causa dessas repetições e da certeza que a personagem tem de que após 24 horas tudo começará novamente é que a protagonista cresce bastante durante a narrativa. E aí o filme de terror se torna também um filme de comédia. Mas tudo na medida certa, sem exageros e sem piadas ridículas.

E por causa dessas reviravoltas permitidas na premissa e também da boa direção que a atriz Jessica Rothe, que foi coadjuvante em “La La Land”, rouba a cena e faz uma ótima e descontraída interpretação.

Infelizmente o filme não tem um final tão surpreendente quanto merecia. Não que seja ruim, mas poderia ser melhor. Mesmo assim, "A morte te dá parabéns" ressuscita a pegada de horror teen comum da década de 90 (“Pânico”, “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”) com muito estilo, medo e diversão. Vale a pena!

Nota 7
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