Corrupção endêmica, violência urbana, altas taxas de desemprego, uma grave crise ética, falta de confiança em sua classe política. Problemas não faltam para a sociedade brasileira atualmente. Mas será que ela procura refletir as verdadeiras causas de seu infortúnio diário?
Existem três pontos, que considero fundamentais e que estão na raiz de nossos problemas sociais: a baixa escolaridade; a abissal desigualdade social e o paquidérmico tamanho do Estado brasileiro.
A baixa escolaridade vem desde os tempos de nossa colonização europeia. Nossos conquistadores vieram para explorar as riquezas naturais, utilizar mão de obra escrava, juntar o máximo de dinheiro possível e voltar para a metrópole enriquecidos. Sob esta visão, a educação nunca atingiu um papel relevante. E para quê escravos precisavam ler e escrever? De lá para cá pouco esse quadro se modificou: Hoje, em torno de 30% dos brasileiros maiores de 15 anos são analfabetos ou analfabetos funcionais (não tem capacidade de interpretar um texto). Nossos índices internacionais de avaliação escolar são péssimos.
O segundo ponto é a abissal desigualdade social. Na sua essência, a escorchante distribuição de renda não muda, não importa a época, não importa a crise ou se a economia cresce muito ou pouco. Os 10% mais ricos detêm cerca de 55% da renda nacional, não importando o tipo de governo de plantão, enquanto os 50% mais pobres respondem por 10% da renda. Situação vergonhosa para qualquer sociedade decente.
Finalmente, o terceiro ponto: A gigantesca máquina pública, aqui englobando os governos federal, estadual e municipal e os poderes executivo, legislativo e judiciário. Este inchaço traz como agravante, a necessidade insaciável de arrecadação de impostos. As empresas estatais são ineficientes e focos contínuos de corrupção, um cabide de empregos disputados por políticos e apaniguados. Não por acaso, o Brasil possui o pior retorno sobre impostos arrecadados, entre as trinta principais economias do mundo. Nunca se ouve falar em redução de gastos, mas sempre na necessidade de arrecadação de mais impostos. O governo brasileiro, independente do partido, é uma vergonha.
A sociedade brasileira precisa enfrentar esses três pontos de frente. Qual a saída? A sociedade civil deve estar comprometida com as mudanças estruturais. Claro que estamos acostumados a depender do governo como um salvador da pátria, mas já tivemos muitos e nenhum resolveu, e não resolverá. A sociedade deve ser protagonista de seu destino.
(*) Master coach, palestrante e escritor