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08/01/2021 às 10h10min - Atualizada em 08/01/2021 às 10h10min

UFU publica estudo sobre composto que inibe infecção do Chikungunya

O composto pode representar um forte candidato para o desenvolvimento de drogas anti-Chikungunya

DA REDAÇÃO
Estudantes no Laboratório de Virologia da UFU. Foto Arquivo dos pesquisadores/Divulgação
Uma pesquisa desenvolvida pelo instituto de Ciências Biomédicas, Química e Biotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) sobre um composto que inibe a infecção do vírus Chikungunya (CHIKV) foi publicada, em dezembro de 2020, em um artigo na frontiers in Microbiology, uma revista científica de acesso aberto. Intitulado “O complexo organometálico prejudica fortemente a entrada do vírus chikungunya nas células hospedeiras", em português, o estudo foi feito em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade Ceres (Faceres), Universidade de Tartu (Estônia) e a Universidade de Leeds (Inglaterra).

De acordo com os resultados da pesquisa, o composto pode representar um forte candidato para o desenvolvimento de drogas anti-Chikungunya. “Os resultados produzidos neste projeto poderão fornecer informações para o desenvolvimento de tratamentos contra o Chikungunya, o que poderá resultar na melhora na qualidade de vida da população infectada e redução dos gastos públicos”, comenta uma das orientadoras do trabalho, Ana Carolina Jardim, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da UFU, que lembra que, atualmente, não existe um tratamento antiviral eficaz contra a Chikungunya.

O artigo analisou o potencial terapêutico de um composto organometálico - moléculas naturais orgânicas associadas a um metal através de uma ligação covalente - contra a infecção do vírus Chikungunya. No estudo, foram utilizados o alfa-felandreno (molécula orgânica) e o sal de rutênio (metal), que resultou no RcP. A pesquisa mostrou que o composto RcP inibiu a infectividade do Chikungunya in vitro em 91%, com um índice terapêutico maior que 40, considerado alto.

O estudo foi realizado com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Fundo Newton da Royal Society.

CHIKUNGUNYA
O transmissor do vírus Chikungunya é o mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e do zika vírus. No último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em dezembro, no Brasil, o ano de 2020 teve 80.914 casos prováveis de Chikungunya. Essa doença pode causar vários sintomas como febre, dor de cabeça, mal estar, dores nas articulações e, em alguns casos, manchas vermelhas ou bolhas pelo corpo.



 

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