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21/01/2018 às 05h00min - Atualizada em 21/01/2018 às 05h00min

Mercado e vocação devem dialogar na opção do curso

Momento é de escolha profissional para quem vai passar pelo Sisu

LAURA FERNANDES | APRIMORAMENTO PROFISSIONAL
Antônio Marcos Silva escolheu o curso de Direito por ter afinidade com área / Foto: Arquivo pessoal

Quem nunca se deparou com indecisões que atire a primeira pedra. Sejam elas simples ou nem tanto, em algum momento da vida elas vão surgir. E se existe uma época em que as indecisões são mais comuns é no momento de escolher qual profissão seguir. Vocação, mercado e as opções disponíveis de curso pesam para quem está prestes a começar ou a mudar a vida profissional.

Na última quinta-feira (18) foi divulgado o resultado individual do Exame Nacional do Ensino Médio 2017 (Enem), e na próxima terça-feira (23), até as 23h59 do dia 26, estarão abertas as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e para o Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferecem a oportunidade de inserção em universidades públicas e privadas do país com base no desempenho do candidato no Enem.

Quem ainda não está certo de que curso concorrer, ou tem dúvida se há mercado para a área pretendida, vale considerar as tendências de cada área.

O diretor executivo da Bazz Estratégia de Recursos Humanos, Celso Bazzola, explica que por causa das mudanças mais recentes no cenário econômico e político do país, profissões ligadas à controladoria e documentação têm tendência de crescimento dentro das organizações. “As empresas precisam de números e garantias de segurança para que possam fazer investimentos e até algumas ações em crescimento no mercado”, explica.

A tecnologia é outra área de profissões levantada por Bazzola que está em crescimento. Ele conta que a maior demanda já vem há alguns anos, mas por agora está maior por causa da urgência de organização dos processos e informações de mercado. “Esta área vem crescendo de uns três anos para cá e deve crescer ainda mais”, afirma.

A terceira área indicada como crescente nos próximos anos é a de saúde, especialmente em especialidades como a geriatria e a gerontologia. A primeira é a área médica mais aprofundada no tratamento da saúde dos idosos, enquanto a segunda estuda o processo de envelhecimento e o que fazer para se ter uma melhor qualidade de vida ao longo dos anos. O que justifica a tendência positiva para essas profissões, segundo Bazzola, é o fato de que a população no Brasil está se tornando mais idosa. “Esta última profissão no último vestibular teve certa procura, ainda não muito elevada, mas algumas pessoas já procuraram saber sobre ela”, conta.

Bazzola explica ainda que algumas áreas costumam manter um nível médio de demanda, como recurso humanos, administração e educação. “Recursos humanos há uns três anos teve um pico maior e agora voltou a um estágio comum”, disse.

Apesar do especialista em RH sugerir a observância das tendências, ele também defende que mais importante ainda é a pessoa buscar quais são suas habilidades e o que realmente gosta de fazer. “Esse é o maior segredo para qualquer profissão”, afirma. “As pessoas passaram a fazer aquilo que gostam, não se importando tanto no momento se vão ganhar muito dinheiro ou não, e é o que eu defendo, pois o ganho financeiro está muito ligado à sua competência, e a competência está ligada a fazer com amor”, acredita Bazzola.

Anderson Rosa Carneiro é professor de química em um cursinho em Uberlândia há 17 anos e também acredita ser a afinidade com a área a melhor escolha nessa decisão de carreira profissional. “Se eu tenho afinidade maior com determinada coisa, vou fazer aquele curso com um olhar, capacidade e amor diferente, e com certeza vou sair dali um profissional diferenciado”, considera.

O professor afirma que cerca de 90% dos alunos que ele atende entram para o pré-vestibular com a perspectiva do que vão fazer e como vão se adaptar nesse mercado. Carneiro observa que a maioria dos alunos tem ainda influência das condições do mercado e também da família. “Confie no seu potencial, dedique-se a ele e não escute o que as pessoas falam para você fazer, siga o seu coração”, indica ele.

ORIENTAÇÃO

Àqueles que já iniciaram um curso e pretendem conciliar a formação com as necessidades do mercado, Bazzola orienta “dar continuidade ao que gosta, porque é carreira, é sonho, porém, acompanhando o mercado e buscando habilidades que possam agregar aquilo que gosta dentro de uma tendência de mercado”.

FORMAÇÃO

Estudantes priorizam a afinidade nas carreiras profissionais

Antônio Marcos da Silva Filho concluiu o ensino médio no final do ano passado e pela primeira vez concorre este ano a uma vaga no ensino superior a partir do Enem. O estudante tem 17 anos e conta que já participou outras vezes do exame, mas como treineiro.

Silva Filho escolheu o curso de Direito. “Pensei na área de atuação que o curso poderia trazer e como seria aplicado, também considerando as jornadas e a carreira”, conta ele, que diz que gosta da área e sua relação com a sociedade e a política. Ele acredita que acima do retorno financeiro é importante ter essa afinidade com o campo de estudo.

Ádria Silva Guimarães também é estudante e aguarda as inscrições para o Sisu. Ela tem 19 anos e pela terceira vez concorre a uma vaga em Medicina com a nota do Enem. A estudante conta que desde sempre teve como foco a área médica. “Desde pequena tive Medicina em mente. Às vezes eu pensava em outra profissão, como Advocacia ou Engenharia, mas não me encaixava naquilo”, conta a estudante, que defende a importância de se fazer aquilo com que a pessoa tenha afinidade, mas que também acredita ser relevante considerar o retorno financeiro. “Um complementa o outro. Penso que temos que escolher uma profissão que gostamos, mas que no futuro vai garantir uma renda.” 
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