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22/01/2018 às 18h11min - Atualizada em 22/01/2018 às 18h11min

E agora? O que será dos sindicatos?

ROBSON XAVIER* | LEITOR DO DIÁRIO

Mesmo com toda a discussão, brigas e discursos inflamados, a reforma trabalhista foi aprovada e uma das decisões mais comemoradas por uns e lastimadas por outros foi o fim da contribuição sindical obrigatória que era devida tanto para os trabalhadores como para os empregadores.

Para os sindicatos sérios, o fim da contribuição não afetará a sua continuidade, pois independente da obrigatoriedade os seus associados, membros, empregados e empresas participantes entendem a importância da representação, do associativismo e da força de um grupo quando todos compartilham de um mesmo objetivo. Para este grupo, as contribuições para o fortalecimento e manutenção da entidade são investimentos e benefícios.

Poucos empregadores e empregados entenderam a força e a responsabilidade que a nova reforma proporcionou aos sindicatos, pois o que for negociado passa a ter prevalência sobre o legislado. É neste momento que as entidades sindicais precisam se tornar mais fortes e ativas na defesa e na proteção dos interesses das suas classes, pois do contrário poderão enfrentar graves prejuízos eventualmente causados por entidades sindicais descompromissadas com suas respectivas categorias.

Até no ano passado as empresas de tecnologia de Uberlandia não tinham uma representação legal para realizar esta negociação com os seus trabalhadores. Desde o fim de 2017, o Ministério do Trabalho ratificou a legalidade do SindeTI (Sindicato das empresas de Tecnologia de Uberlândia) e também do Sinttec (Sindicato dos trabalhadores em tecnologia de Uberlãndia), e numa negociação já pautada nos novos modelos das leis trabalhistas homologaram a primeira convenção coletiva.

É fundamental que em pleno século XXI, num momento que o mundo passa por uma grande revolução tecnológica, as relações trabalhistas, empresarias e governamentais não estejam arraigadas na disputa entre empregadores, empregados e poder público, como vivemos até hoje. É fundamental acabar com a mentalidade do “alguém ganha versus algum perde” e partir para o “onde todos ganham”.

Nós da indústria da tecnologia já vivíamos uma relação muito diferente das demais empresas, pois grandes ícones desta indústria já haviam iniciado relações completamente diferentes com os seus colaboradores. São famosas as relações mais flexíveis de empresas como Google, Yahoo, Amazon, Microsoft, e o recém-criado mundo das startups -  e com a globalização este modelo rapidamente se espalhou por empresas de todo o Brasil e Uberlandia não foi diferente.

Uberlândia sempre teve uma vanguarda tecnológica e poucos sabem, mas nos anos 80, quando a tecnologia ainda engatinhava, nós já tínhamos o maior potencial de computação por m2 do Brasil pela capacidade de processamento de computadores utilizados nos atacados, universidade e empresa de telefonia. E desde então temos acompanhado o nascimento de empresas destes segmentos com atuação em todo o Brasil e em outros continentes. Estas empresas geram riqueza, qualidade de vida, empregos qualificados e são consideradas uma indústria limpa.

Felizmente o poder público municipal tem acompanhado esta transformação incluindo na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo uma divisão de Inovação que tem atuado fortemente na cidade com ações como UberHUB, políticas tributárias mais favoráveis, criação de polos de tecnologia entre outras ações. O I9 Uberlandia também está próximo de completar 20 anos de atuação e traz um legado de apoio e incentivo às empresas de tecnologia de todos os portes. Num próximo texto compartilharemos com o leitor casos de sucesso e curiosidades das empresas de tecnologia da nossa cidade.

O SindeTI (Sindicato das Empresas de Tecnologia) apenas iniciou sua trajetória, mas sabe das responsabilidades da representação legal das empresas deste segmento e tem uma crença forte que este grupo unido fará da nossa cidade e da nossa região um local melhor para todos, pois tecnologia associada ao trabalho em conjunto por uma mesma causa é a chave do sucesso.
(*) Presidente do Sindicato das Empresas de TI, Conselheiro do I9 Uberlandia e Empresário
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